BLOGCONF DE AMOR E MEL

Melífluo, apaziguador, a sedução em pessoa no tom cordato e aveludado em que anda useiro e vezeiro, por ser campanha. Houve convites e inscrição livre simultaneamente, por ser campanha. Lindo! É o efeito campanha. Todos são moscas quando o melaço é melaço. Ninguém supera o Governo e o seu extenso e luís-catorzeano staff quanto à leitura dos Blogues, mas ele diz que os não lê. O sorriso. O Riso. A transbordante simpatia a tentar fazer esquecer jornalistas processados, ou marcas indeléveis odiosas de governação: «com a sua indisponibilidade para separar o Estado dos negócios, manteve a promiscuidade entre agentes políticos e agentes económicos (...) este Governo nunca se inibiu de fazer represálias ou utilizar a chantagem para tentar calar posições críticas ou travar acções privadas que são legitimas mas que contrariam a sua vontade (...) Parece cada vez mais generalizada a indignação e o mal-estar provocado pela fraca prática democrática demonstrada por este Governo». E segue meigo. Manso. Cordato. Cof... Cof... Puf! Se ao menos fosse nesse tom humanizado, e não histérico, que o Ainda-PM tivesse terçado argumentos com os deputados, na Assembleia da Republica, onde a sua ferocidade vã e as histórias da carochinha de aparentar, parecer e simular imperavam; ou assim tivesse encarado as multidões esbulhadas, por causa de políticas suas, em protesto nas ruas, ou assim escutasse as razões de queixa dos cidadãos, adressando directa e diligentemente os pescadores na respectiva miséria induzida, as centenas de desempregados excluídos dos apoios sociais, os professores empalados em burocracia e em irrelevância no Sistema, as gentes afinal calcadas, exploradas e esquecidas por um Governo Cínico, Hipócrita e Falso! Agora é tarde e tudo é campanha. Ontem Teixeira dos Santos ao falar de Fisco na cara de José Gomes Ferreira, na SIC-N, fazia campanha e Francisco Van Zeller veio dizer hoje que o Ministro mentia dentro da lógica da campanha. Pois mentia! Que há de novo, Francisco?! Desastre gestionário. Que farei e que faremos com as supostas qualidades privadas, íntimas, de um mau servidor público camaleónico e amigo de trafulhar?!: «E fico com muito boa ideia da blogosfera [...] Poupo-me a ler-vos. Ainda não cheguei a isso.» Pois devia ler-nos ou admitir que nos lê e chegar dignamente a isso. Talvez finalmente se envergonhasse das várias máscaras que ostenta e troca e do seu camaleonismo político em mau.

Comments

Zé Povinho said…
Eu dei-me ao rabalho de ver e ouvir os vídeos disponibilizados e admirar a pobreza das intervenções, mas também não esperava outra coisa, a partir do momento que conheci os participantes.
Há por aí muitos que têm mais questões para colocar, e pertinentes, e menos vontade de esticar o tempo de antena.
Abraçodo Zé
Daniel Santos said…
Para Sócrates tudo foi um momento de publicidade.

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