DA SOFISTICAÇÃO DO SUBORNO POLÍTICO

O mérito é qualquer coisa que esteve arredio do consulado socratista, no qual falar dele e de lógicas de aviário correspondia ao mesmo exercício. Pode e deve-se falar da destruição do mérito, o que fica patente nas quotas classificativas reservadas aos  professores 'avaliados' e no sucesso, à partida e à chegada, para cada aluno. A presidir todas essas questões relativas a docentes esteve a racionalização de custos, o dinheiro, em suma. Ora, é precisamente nessa medida que desde o deslumbramento magalhanista, passando pelo luxo das escolas entregues à Parque Escolar, desproporcional à falência do País, até ao cheque de quinhentos euros para os melhores alunos no ensino secundário, tudo não passa de suborno político com a sofisticação do princípio "uma torradeira, um ou mais votos". Reconhecer pública e publicadamente o mérito é uma coisa. Agregar-lhe algo tão escasso e difícil como o dinheiro, cuja ausência se tornou bem no símbolo de um País humilhado e por terra, tal não passou de uma forma subtil e sofisticada de fazer campanha brincando com coisas sérias. Há ainda muita palhaçada com que será necessário acabar.

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