PRETO NA BOCA DE TODA A GENTE

É bom sinal que, hipocritamente ou não, perpasse um frisson de repúdio pela inclusão do sr. Preto nas listas gerontológicas do PSD. Na dúvida, nada como o respaldo de uma imunidadezinha institucional ou o aconchego de um lugar público. Com a Justiça, como se viu com Dias Loureiro e com Sócrates, o Poder e o Dinheiro podem muito bem. Acossado pela Polícia Inglesa e pelas inauditas ousadias da TVI, do mesmo modo, Sócrates remetia para a vontade popular, no célebre Congresso de Espinho, a mesmíssima acção justificadora, a imensa absolvição, com que os eleitorados têm contemplado e bafejado Fátima Felgueiras, em Felgueiras, Valentim, em Gondomar, e Isaltino, em Oeiras. Preto anda nas bocas do mundo, Nuvem ou Juno. A Opinião Pública não tem culpa se lhe deram elementos para não acreditar rigorosamente em nada do que o primeiro-ministro diga. Para duvidarem da seriedade de Isaltino. Para rirem da probidade de Valentim. Para menearem a cabeça defronte da singela ideia de inteireza em Fátima Felgueiras. Do mesmo modo, é uma anedota nacional a suposta honestidade de António Preto. São ideias que se enraizam. Factos que se evolam. É a Sociedade portuguesa, perante todas as impunidades, a fazer a digestão e a excretar o pouco que lhe é dado a saber e inferir: «O deputado do PSD António Preto, acusado de fraude fiscal qualificada e falsificação de documento no processo conhecido como o "caso da mala", tem julgamento marcado para 27 de Outubro, nas varas criminais de Lisboa.»

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