920 MILHÕES DE LÁGRIMAS

Hoje apertam-se os calos aos pobres e o pescoço moral, psicológico e profissional a quem calhar. Exige-o o PEC. Moralizar subsídios e  rendimentos sociais sem exigência cívica é mínimo começo de conversa. Ao longo dos quatro anos anteriores, porém, brincava-se ao Poder com os dinheiros públicos. No levantamento exaustivo de todos os factos reflexos da suprema irresponsabilidade governamental, prometem imenso as audições da Comissão de Inquérito à Fundação das Comunicações Móveis, que, aliás, nem é fundação nem trata das comunicações móveis. Um dos dois grandes programas de propaganda do primeiro Governo Primadonna foi a distribuição gratuita do computador Magalhães. O outro programa sob análise é o das Novas Oportunidades. Para mal das nossas contas e dos nossos pecados, sabe-se que na legislatura anterior se malbarataram centenas e centenas de milhões de euros com frutos e vantagens pedagógicas pouco evidentes, quando não contraditórias ou contraproducentes. Nos dois programas e-escolas e e-escolinhas gastou-se qualquer coisa como 920 milhões de euros, quase mil milhões de euros, caso os números sejam os correctos. Para quê? Para inocular de tédio uma geração de abúlicos. Para torcer e esmagar professores, enquanto a propaganda prevalecia sobre todos as evidências. Hoje estalam por todo o lado as evidências de nudez do rei. Tais evidências magoam. Os bancos rilham os dentes. Os ossos descarnados dos desprotegidos estão à sua mercê e não há real escapatória para ninguém a não ser para os apadrinhados do Regime, os grandes amigalhaços, irmãos gémeos e de génio, dos almeidas santos, de todos esses que acumulam reformas duplas, triplas e complementos de reforma sobre reformas triplas ou duplas ou quádruplas, escândalo bem português por moralizar: uma democracia assim dada ao deboche, complacente com o Mal, injusta e criminosa, pura e simplesmente não merece existir. É preciso aliás que acabe de vez para recomeçar Portugal.

Comments

Caro amigo
A sua clareza de exposição merece sempre o nosso apoio.
Mas....o que é que vamos fazer para acabar com esta escumalha que nos consome os nervos e a paciência?
Temos que encontrar formas de luta activas e com exposição publica.
Isto não pode continuar.
Se tiver ideias, conte connosco.
Unknown said…
Pão e circo?...
Onde ouvi já isto?

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