O ALDRABÃO AMNÉSICO
É uma pena que d'este discurso tenha passado nada ou quase nada nas TVs. Semana passada, apesar do meu esforço, não vi quaisquer transcrição ou reprodução de fundo dos principais discursos no congresso do PSD em qualquer das TVs, sobretudo enquanto tais discursos flagelavam a "asfixia económico-pluralista perpetrada pelo rolhista anti-democrático Primadonna e o seu séquito de rabetas dementes. Funciona bem a estratégia de apoucamento das oposições. A fajutice mediática, as bocas nojentas do Secretário-Geral do PS no Fórum Novas Fronteiras, tudo, enfim, cheira a ditadura plácida que alastra silenciosamente. Ele é o grande empregador, protector dos protegidos, dador de tachos. A ele tudo o que respira em Portugal presta contas e conforma-se à reverencialidade exigida. O gado geral português nem dá por nada, enquanto já não se interessa rigorosamente por nada. Há formas de me silenciar, formas de calar quem incomode, enquanto se diz e discursa sornamente no sentido inverso dos actos. Note-se o tipo público aplaudente no Fórum Novas Fronteiras, mulheres de puxo, desmiolados tirados das estradas, velhos desdentados, gente que foi arrebanhada por anúncios como este: «É reformado? É subsidiado? Não tem emprego? Então venha passear, bater palmas e meter palas, a vinte euros a cabeça. Lanche e jante grátis no buraco do costume.»
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