O PODER BRUTO QUE ESTÁ

Factos são factos, e estes, segundo o Jornal de Negócios e Pedro Santos Guerreiro, não surpreendem: «Portugal vive em economia de regime: ou se está com o poder, ou contra ele. O agnosticismo não é viável. E o regime, em 2010, é o Governo PS e o grupo Espírito Santo. Ricardo Salgado e José Sócrates são os mais poderosos na economia portuguesa. [...] Uma economia estatizada. Pior: politizada. A força condutora dos grupos financeiros, que por isso se tornam grupos económicos. As muitas dívidas e a falta de capital. Pessoas que não usam o poder que o cargo lhes confere. Poderosos de desgaste rápido, que o são num ano de oportunidade e deixam de sê-lo após a mudança de conjuntura. Reguladores liderados por técnicos brilhantes mas sem coragem nem espírito crítico. Força discreta mas vasta da Maçonaria (hoje muito mais que da Opus Dei) [...] A lista dos poderosos dá pano para mangas, que arregaçaremos nos próximos dias. Do poder angolano. Do poder do Banco Espírito Santo. Do poder político. Da efemeridade do poder. Mas nada é mais inquietante do que a incapacidade de renovar elites, de desafiar a estrutura de poder instalada, de mudar esta economia de século XX que se arrasta em 2010. Portugal é Ptolomeu num mundo Galileu. Teremos sempre poderosos. Mas, assim, nunca o seremos.»

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