NOVA IDEIA PEREGRINA

Sócrates não nasceu ontem. No auge da rejeição popular perante o espectro de esfolamento cívico, abismo fiscal, tragédia laboral, a que displicentemente nos trouxe e que o ano adveniente consagrará nas suas medidas mais brutais, o que fazer? Como durar e, com ele, a horda de sanguessugas socialistas? Sócrates sabe que tudo se lhe perdoa porque a memória de curto prazo de um povo rebaixado e grunho, decadente e passivo, joga a seu favor como de tantos outros Primadonnas que se eternizam com o pé no pescoço mediático do controlo informativo — Putin, Berlusconi Chávez, al-Khadafi tantos pecados, tantos abusos e erros depois, tanta obstinação estúpida e ofensiva do bom senso, basta esperar que nos passe a dor das últimas traições e ferroadas governamentais. A quadra ajuda porque distrai. E agora, mais que plácido e sorridente, simplesmente escarninho, deu um monólogo à TSF e ao DN, com teleponto por cima da cabeça do entrevistador e perguntas combinadas, onde transborda em peçonha ridente. Diante de um bajulatrónico Marcelino babado, assevera que terminará a legislatura. Eis a mais recente ideia peregrina. Ainda a provocação e a politiquice de bolso a fim de sobreviver ao minuto com complementos de alma danada. Talvez se tenha convencido de que a sua salvação esteve e estará em rastejar pelo auxílio de Lula, arrojar-se pelo apoio de Hu Jintao, suplicar pela mão de Ramos-Horta. E obtê-los como espórtula de durar mais ainda num Poder que não merece, não respeita nem honra. Uma imoralidade nunca vem só.

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