EROSÃO DA NOSSA PACIÊNCIA
As intervenções do Presidente da República relativas às Políticas do Governo
estão a chegar à perfeição no plano da Ambiguidade Opositiva porque se por um lado
parece elogiar as pseudopreocupações de Pinho, coisa mais que duvidosa,
por outro coloca-se na posição de quem quer saber urgentemente que irregularidades
justificam esta escalada anormal dos preços dos combustíveis:
«Lembrando as declarações de Manuel Pinho, que ontem se afirmou
“muito preocupado” com o aumento dos combustíveis,
Cavaco Silva afirmou, esta manhã, em Braga,
que se o ministro pediu a intervenção da AdC
“então é porque desconfia de qualquer coisa”».
lkj
A verdade, porém, é que sempre que um político responsável (ministros, PR)
tem intervindo e opinado sobre estas matérias debaixo do seu nariz,
soa miseravelmente a falso, a falsa solidariedade para connosco:
seja sobre o decréscimo do investimento estrangeiro em 50%
por causa da desatractividade fiscal no País,
seja sobre a rapina e a falta de escrúpulos implícitas nestes preços dos combustíveis
pela concertação cartelista na sua subida sistémica,
conduzindo à fuga massiva dos consumidores para Espanha
e a um estado de pré-rebelião em muitas empresas e pessoas,
factores, enfim, de decapitação económica do País e das pessoas
- tudo nos parece como despudorado paleio de encher.
lkj
Entretanto, esta política do saque desalmado ao cidadão
de pilhagem estratégica das pessoas como forma perpetuamente penalizadora
de o Estado resolver os seus problemas orçamentais e atingir certas metas rapidamente,
ignorando resolver os próprios vícios, abusos e lastros que não ousa atacar,
está a desgastar-nos a paciência e a levar-nos ao limite.
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