PORTUGAL OU TRINTA E TAL ANOS DE TRETAS
Depois do vinte e cinco de Abril de 1974, Portugal foi um Rato Mikey
levado a passear pelos deslumbramentos ocos de uma Elite Política Perene,
essa que esteve sempre lá, sempre no meio da Decisão, sempre lá!,
no cerne do erro, da persistência no erro, na reedição do erro, na reinvenção do erro,
na reincidência no erro, na errância no erro, no erro pelo erro:
lkj
«Quando regressaram as caravelas e nos vimos reduzidos a este pobre e estreito naco de território o que nos foi proposto (e por nós indiscutivelmente aceite, legitimado e reconfirmado) foi um determinado tipo de desenvolvimento. Um determinado tipo de desenvolvimento que, exceptuando algumas poucas verdadeiras pérolas, tudo o mais que nos ofereceram foi pechisbeque. E hoje, apesar de tudo, é por essa via que persistimos (nem vejo quais serão as forças capazes de quebrar essa dinâmica). Vamos concretizar a alta-velocidade ferroviária. Um erro! Vamos fazer a terceira travessia do Tejo em local errado. Um erro! Vão ser lançadas a construção de mais auto-estradas. Um erro! Foram autorizadas a instalação de mais (no total do território) uma dúzia de grandes superfícies. Um erro! Foi autorizado o assalto por parte da indústria de hotelaria, de veraneio, da indústria do turismo, ao complexo do Alqueva. Um erro! Estes serão alguns dos “crimes” que estão a ser cometidos. A estes acrescem os “cometidos” (e foram cometidos, com o nosso beneplácito, por falta de visão da nossa classe política e por igual falta de visão dos nosso capital): cedemos, em troca de Fundos Estruturais (que não reestruturaram nada), a liquidação da nossa industria e frota pesqueira, da nossa industria vidreira, da nossa pobre e pequena agricultura, abandonámos, depauperámos, queimámos a nossa pobre floresta, não aguentámos a nossa indústria naval, a nossa média industria metalúrgica, a nossa média metalo-mecânica... liquidámos ou deixamos que fosse liquidada e nem tentámos a reconversão. Oito erros! Criámos serviços ou melhor não criámos serviços... criámos, na maioria dos casos, redes imbrincadas por meandros de complexos organigramas de dependências funcionais de carácter administrativo que mais não foram, décadas a fio, de fazer com que o que poderia eficazmente ser feito por duas pessoas passou e tinha de ser feito por quatro. Para não ir mais longe fico-me por este exemplo: em Portugal até ao ano passado, na industria seguradora, existiam mais mediadores, angariadores e corretores do que existiam no Reino Unido. Este é um exemplo de muitos!»
Comments
De erro em erro até que um dia...
Salva-nos a morte!
Um abraço à espera sem esperança