«A VERDADE COMO CONTRA-PROPAGANDA»
Depois de talvez milhares de postas lidas nos mais diversos blogues do País,
depois de ter hierarquizado alguns segundo critérios pessoais de afecto,
de alguma reciprocidade ou de mera identificação estilística e de pontos de vista,
em questões sérias de economia relativas ao País,
em relação ao modo como se gere o País, só o blogue Pleitos, Apostilas e Comentários
me sacia a curiosidade e me supre a vontade de compreender o espírito profundo das medidas
que têm sido tomadas por este Governo, fazendo ele, o blogue,
aliás justiça às minhas mais íntimas intuições.
Se a leitura crítica e objectiva que o David Oliveira faz de essas medidas
fosse mais e melhor ouvida, se houvesse em tantos comentadores na TV a devida coragem
para assinalar a grande hipocrisia e a fatalidade que tem sido andar o Governo a estrangular-nos
a conta-gotas, teríamos que outro galo cantaria a bem de todos,
dentro do verdadeiro bem comum.
lkj
Mas a política não se faz a bem de todos e pelo bem comum, não tenhamos ilusões!,
mas a bem dos quadros da função pública, onde se alojam e engordam
os clientes insaciáveis da partidocracia, quando no Poder.
Portanto, é nesse cerne apodrecido, é com esse lastro intocável
que obviamente Portugal não cresce, que obviamente Portugal não se faz justo
e que a economia obviamente é suicidariamente aniquilada,
prova provada da incompetência e falência de quem nos vai regendo
pomposamente, risonhamente, falaciosamente,
mentindo-nos as vinte e quatro horas do dia, os sete dias da semana:
lkj
«Como tantas, tantas vezes tenho escrito, este governo não resolveu o problema das contas públicas e liquidou a economia. Como tantas vezes tenho escrito, a difícil conjuntura internacional veio baralhar-lhes os cálculos. Está tudo claro no PEC (Plano de Estabilidade e Crescimento). O pior que poderia acontecer a uma agenda socialista!
A situação é fácil? Não é! Pelo contrário, existe uma série de índices que a médio-prazo nos atiram para cima com outros problemas talvez bem mais graves – é o caso do que significa em termos demográficos e sociais termos em 2007 registado um crescimento negativo da população (desde 1900 que não se encontra outro ano em que em Portugal tenha acontecido o que agora aconteceu: o número de mortes (103.727) superou o de nascimentos (102.213). A diferença é de 1514. Morreram mais portugueses que aqueles que nasceram).[o presidente da Associação Portuguesa de Demografia, Mário Leston Bandeira: “Estava mais ou menos à vista que íamos entrar num ciclo de crescimento natural negativo. É inevitável e é mais um passo no declínio”.]
A situação é fácil? Não é! Pelo contrário, existe uma série de índices que a médio-prazo nos atiram para cima com outros problemas talvez bem mais graves – é o caso do que significa em termos demográficos e sociais termos em 2007 registado um crescimento negativo da população (desde 1900 que não se encontra outro ano em que em Portugal tenha acontecido o que agora aconteceu: o número de mortes (103.727) superou o de nascimentos (102.213). A diferença é de 1514. Morreram mais portugueses que aqueles que nasceram).[o presidente da Associação Portuguesa de Demografia, Mário Leston Bandeira: “Estava mais ou menos à vista que íamos entrar num ciclo de crescimento natural negativo. É inevitável e é mais um passo no declínio”.]
ljjh
Outro galo cantaria agora se o governo tivesse feito do lado da despesa o que tinha de ser feito. Por exemplo, concretizar o PRACE (escrevi há dois anos que iria empatar o mais que pudesse. A primeira vez que o escrevi foi em 26 de Abril de 2006 - aqui e assim: “O governo, o Partido Socialista, para equilibrar as contas públicas há-de socorrer-se de tudo ... tudo, tudo o que possa protelar, até ao limite, emagrecer os quadros da função pública. Vão continuar a castigar os consumidores de combústíveis, se necessário for retiram benefícios fiscais, caso nisso vejam urgência aumentam os impostos, de preferência os indirectos ... farão de tudo, procurarão todas as vias sendo que o último, o derradeiro recurso será mexerem com a função pública. É ideologicamente uma heresia. É questão idiossincrática. No dia em que o fizer, José Sócrates perde o partido e o PS passa a partido da oposição por muitos anos ... a ver vamos!”), reorganizar o aparelho do Estado revendo de alto a baixo as funções do Estado. E é outro desafio tremendo.
iuy [...]
3 – foi uma ousadia traçar um orçamento baseado num custo médio de 82 dólares para o petróleo. É outra ousadia (ou cegueira) fazer uma revisão de previsões considerando o custo médio desse factor em 115 dólares (considerando que já faz mais de um mês que o brent não cede aos 121 dólares e a paridade do euro face ao dólar não se altera ou melhor, estabeleceu-se numa banda de flutuação entre os 1,52 e 1,55 por dólar). O que é que isto quer dizer? Quer dizer que quando o euro estava a 1,45 dólares e o barril de crude a 82 dólares cada barril custava-nos 55,56 euros; agora que o euro vale 1,54 dólares e o barril de crude está nos 121 dólares custa-nos 78,08 euros. É a diferença! O governo este ano vai falhar em toda mas toda a linha o que significa que, exceptuando a concretização da redução do défice público (na parte que respeita aos contribuintes), vai falhar uma legislatura.
lkj
Para que compreendam, tomem por referência os números de 2007. Para que a economia tivesse registado aquele desempenho, foi necessária a conjugação dos seguintes factores: o crescimento em volume no primeiro trimestre foi de 2,0%. Para que este crescimento se desse foi necessário que a procura externa líquida (exportação líquida de importações) fosse de 1,9%. Nisso contribuíram as exportações com um crescimento de 8,1% e as importações com um crescimento de 1,9%. Ora nada disto está a acontecer. Todos os dados e factores implícitos ou explícitos, endógenos ou exógenos, nacionais ou internacionais, são piores agora que o eram há um ano. A paridade do euro face ao dólar (piorou), o preço das matérias primas (piorou), o preço de produtos alimentares (piorou), a arrecadação de receita (piorou), as exportações (pioraram), a despesa pública (não decresceu o suficiente)...»
Para que compreendam, tomem por referência os números de 2007. Para que a economia tivesse registado aquele desempenho, foi necessária a conjugação dos seguintes factores: o crescimento em volume no primeiro trimestre foi de 2,0%. Para que este crescimento se desse foi necessário que a procura externa líquida (exportação líquida de importações) fosse de 1,9%. Nisso contribuíram as exportações com um crescimento de 8,1% e as importações com um crescimento de 1,9%. Ora nada disto está a acontecer. Todos os dados e factores implícitos ou explícitos, endógenos ou exógenos, nacionais ou internacionais, são piores agora que o eram há um ano. A paridade do euro face ao dólar (piorou), o preço das matérias primas (piorou), o preço de produtos alimentares (piorou), a arrecadação de receita (piorou), as exportações (pioraram), a despesa pública (não decresceu o suficiente)...»
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