NAVALHA COMEDIDA NA SÉ DO PORTO


A todos os que moram no Grande Porto, é fácil encontrar Clubes Locais do PS em qualquer freguesia. Num breve percurso de carro, está-se sempre a tropeçar nas velhas secções do PS. Núcleos de Sueca, Bilhar, Cervejas, Cigarradas idosas à porta. Obviamente, a política está em último lugar. Um placar largo normalmente encima a coisa. Lê-se Freguesia X, Secção Local do PS. Ora um sangue negro jorrou, nasal, copiosamente num de esses Clubes PS, na Sé do Porto, alegrando as disputas internas daquele bairro com histórico pesado, percorrido pitorescamente pelos turistas do mundo, nórdicos e nórdicas, japoneses e sul-coreanos, fascinados com aquele tom medieval para onde os remetem as pedras e as pessoas. No Bairro da Sé, por ruelas estreitas, onde há mulheres com rótulo, estendais, pregões, gatos anoréxicos, vagabundos vigilantes, tudo é mais pitoresco. Mesmo uma sessão de Pancadaria na secção tem outro encanto. Nunca se saberá quem começou, quem deu ou apanhou mais. Se Miguel Pimentel de Castro, proprietário do nariz e potencial candidato a cabeça-de-lista do PS, se o actual presidente da Junta, José António Teixeira. A pancadaria é o estado virgem da política. Trata-se de uma linguagem natural brilhante, desportiva, sem consequências de maior. Na hora do bairrismo, tudo se supera. Castro e Teixeira ainda farão as pazes com beijos e abraços ao som do fado. É a Sé. Sé é Bairro.

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