AO VOLÚVEL ELEITORADO

Parece-me que os arautos da Falência Anunciada do Estado Social já perderam a batalha de a anunciar de modo convincente ao volúvel eleitorado e à tantas vezes prostituída opinião publicada. Por muito que se especializem na explicação da dinâmica de morte "europeia" do Wellfare state "europeu", no caso português, ninguém quer saber. Por outro lado, o apetite pelo controlo do Aparelho de Estado exercido pelo actual partido no Poder determina grandes doses de demagogia a fim de conservar uma extensiva e extensíssima influência estratégica com implicações de retorno eleitoral óbvio. Uma árvore, mesmo uma árvore carcomida e condenada, morre de pé. Aguardemos, portanto, pela morte do Estado Social, segundo os pressupostos enunciados pelo apóstolo de uma evidente desgraça ignorada, Carlos Ferreira Madeira: «Como a liberdade e a democracia, o Estado social não é propriedade da esquerda ou da direita: é um património comum dos europeus. E o facto de estar em crise é uma evidência desde os anos 90. A ameaça sobre o Estado social agravou-se, entretanto, por três razões. A primeira é que a sua tendência expansionista consome mais recursos do que aqueles que a economia gera (daí os défices públicos altíssimos). A segunda razão é demográfica: o envelhecimento da população aumenta os custos e diminui a sua base de financiamento. A terceira razão resulta da globalização: os descamisados estão a chegar ao mercado e ameaçam a vida dos ricos - porque são muito mais competitivos. Negar esta evidência é negar a possibilidade de sobrevivência do Estado social. É condená-lo ao destino que vitimou o Império Otomano: morreu enorme, oco e podre justamente porque não se reformou.»

Comments

floribundus said…
a um velho amigo meu da idade do meu pai chamavam 'o republicano da manha'.
foi Grão-Mestre do minúsculo oriente maçónico.
dizia que a nível de governo «a merda sobra sempre para o seguinte»
É condená-lo ao destino que vitimou o Império Otomano: morreu enorme, oco e podre justamente porque não se reformou


e ?
estado social é o que uma geração teve e a próxima terá de forma mais abreviada

de 50 mil licenciados e 70 mil bacharéis

o estado alberga passados 25 anos
mais de um quarto de milhão

reformar o quê?
quando tudo vive do estado

e cada dia menos existe fora dele

400 milhões para uma televisão caduca
outro tanto para uma CP que rola no vazio

para transportes públicos no Porto e Lisboa que custam tanto como os privados em cidades mais pequenas

para uma rede de auto-estradas com que o cavaquismo e sucessores pavimentaram o país

para uma agricultura eternamente subsidiada e que cada vez menos produz
colher uvas em 3 hectares de vinha custa mais do que pagam as cooperativas ou os barões do vinho por elas

engordar leitões que rendem 25 cêntimos por quilo se não morrerem
entretanto

a sociedade é que não se reformou
vivemos do fumo da europa
como os outros dos fumos da índia...
já que estamos em citações históricas

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