ONZE DE SENTARMO-NOS

A Guerra semeada pelos EUA ainda não resolveu de modo claro quaisquer problemas de insurgência islâmica radical, desde o Onze de Setembro. Libertou, sim, novos e mais letais demónios, mais fervorosos e ousados no all the world's a stage em que vivemos e onde o terror e o chamado contra-terror se entretecem num coito estreito e passional. O que é, por exemplo, a ideia imbecil de queimar o Corão comparado com actos ainda mais imbecis e indignos como este — radicais xiitas vestem-se de mulheres para decapitar e incinerar o imã sunita Jabbar Saleh al-Jibouri, na província iraquiana de Diyala?! Nesta coisa difusa que opõe curdos, xiitas e sunitas/árabes, tudo serve para consagrar propósitos de correcção cultural e demográfica. Hoje, sobretudo no Iraque. Um dia, em qualquer lugar, se nada se fizer. A Guerra semeada pelos EUA alimentou um tipo de processo de limpeza religiosa e étnica progressiva, entre linhas religiosas rivais nos territórios alvo, ensaiado nos subúrbios de Bagdade, nas cidades do Paquistão e do Afeganistão, deliberado contra ocidentais em missão militar e a quantos de eles obtêm assistência para formar boas estruturas de segurança ainda incipientes nesses territórios. Esperam-nos longas décadas de conflito, desgaste, lógica expansionista islâmica tenaz, usando a arma de chantagem paradoxal dos números que é, no Ocidente, a "democracia" das maiorias: basta percorrer uma cidade de segunda linha inglesa, francesa, alemã, sueca para o choque ser completo. Só há um País lúcido contra um notório expansionismo colonialista cego de matriz islâmica na "Europa": Israel. Com todos os seus defeitos e imoderações retaliatórias, só Israel entende e faz face à regressão valorativa e civilizacional que um paradigma civilizacional islâmico representaria para o Planeta que viu nascer Voltaire, Ghandi e Luther King. Única saída? Onze de sentarmo-nos num diálogo que não suprima nem suplante o outro explodindo com ele ou fazendo da reprodução intensiva de humanos, sob os lassos sistemas de Segurança Social ocidentais permissivos, o ninho de víboras perfeito que, em poucas décadas, nos há-de literalmente submeter.

Comments

floribundus said…
a guerra e o ódio nunca resolveram problemas. estas destaparam outra caixa de Pandora.

faz hoje 9 anos estava na cadeira dum dentista e pensei estar a ver um filme antes de me aperceber da realidade.

a queda da União Soviética foi sempre para mim um erro histórico que está a sair muito caro.

os inimigos já não se concentram nos países. as guerrilhas de hoje dificilmente se combate. não há Ocidente e Oriente: há grupos dissidentes dificilmente identificáveis.

obrigado e bom dia

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