ALEGRE, O ANTI-SOCRATINESCO

Alegre não se afasta do PS, ao contrário do que sibilinamente tece o terrível intelectual dos negócios e do grande venha-a-nós socialista, Vitorino. A deriva contra os portugueses concretos e o afastamento da realidade nacional inaugurou-se com esta legislatura grosseira e pseudo-democrática, melhor, democratóide. Está correctíssimo inverter a miséria irresponsável que uma incompetência atrevida gizou para a maioria de nós. Se há um PS digno, esse é ainda minoritário dentro da estrutura fraca e aclamatória montada. Com a Esquerda na boca e a Direita nas mãos. O PS residual que pensa o País para além do próprio estómago dos seus deve porventura existir. Muito dificilmente, porém, se dá por ele. Superabundam os exemplos socialistas de colonização do Estado, de prescrição de sacrifícios e vida atroz para todos, menos para eles, principescamente postos nas suas sinecuras, incapazes de solidariedade e sentido de bem comum. É a Direita do Dinheiro em todo o seu Esplendor Negro. Por isso, o desastre ético chama-se PS. O fim do sentido de interesse nacional chama-se PS. E agora, quando todos se voltam contra um poder de papel, assente na areia do fingimento, quando uma massa imensa verbera o socratismo como o ponto culminante de uma farsa prolongada, é fonte de esperança a crítica de Alegre. Ele não pode ir suficientemente longe nessa crítica. Vale o que vale. No entanto, serve de algum consolo que a glutonaria de facção e a incapacidade de serviço neste PS dado à caça ao opositor (processos a jornalistas, afastamentos sub-reptícios de vozes discordantes; teima na tortura moral de professores e outras classes profissionais) tem os dias contados e o vendedor de Magalhães terá a evacuação que merece. Esse escorpião autoritário imerso em soberba no seu círculo de fogo perecerá no seu próprio veneno.: «Ontem à noite, no seu comentário semanal na RTP, António Vitorino considerou que Manuel Alegre, com o artigo do "Expresso", se afasta cada vez mais do PS. "Dizer que a solução passa por uma alteração das políticas e das pessoas marca um distanciamento em relação à candidatura próxima nas legislativas do PS que me parece estar para além do que se me afigurava ir ser a conduta de Manuel Alegre, ou seja, privilegiar a construção de um perfil presidencial", afirmou António Vitorino.»

Comments

Daniel Santos said…
Alegre e Vitorino estão bem um para o outro.

Quanto ao jornalismo, agora não se manda só borda fora, primeiro vergasta-se.

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