REMODELE-SE O PRIMADONNA

Agora é que é. O Governo vai agarrar-se à Propaganda para efeitos externos: pôs em marcha uma ofensiva ao nível da comunicação para mudar a imagem de Portugal nos mercados financeiros internacionais. A prioridade é acabar com a colagem das finanças públicas nacionais às gregas e mudar a percepção que se estava a criar de que a situação da dívida e das finanças em Portugal eram iguais às da Grécia. Novamente, em vez de se atacar os problemas de frente (atacar a Despesa Política do Estado em Cargos, Honras, Reformas Obscenas, Gastos Supérfluos) congela-se a pobre gente sempre a alombar, e gasta-se dinheiro em manobras de charme internacional a fim de ficar bem claro o quanto o nosso cenário se afasta do do grego. Esforço pífio. Se por um lado a declaração do comissário europeu Joaquim Almunia, de 3 de Fevereiro, fez com que o caos deflagrasse nos mercados financeiros nacionais espanhol e português, a verdade é que os investidores internacionais já estavam desconfiados em relação à situação das finanças públicas nacionais. Começando pelos alertas de altos responsáveis das agências de rating, passando pelas notícias de primeira página e editoriais de jornais de referência internacionais como o "Financial Times". Teoricamente a gota de água teria sido a declaração do comissário Almunia de que Portugal e Espanha partilhavam alguns dos problemas da Grécia, mas a verdade é que internamente nunca se jogou limpo: nunca Banco de Portugal, nunca o INE e jamais o Ministério das Finanças lidaram convenientemente com a verdade dos números que dominavam. Isso foi particularmente evidente na disputa eleitoral pré-legislativas, viciando a perspectiva dos eleitores. Mentir muito. Ocultar factos. Prevenir o pânico, mas anestesiar a acção e a decisão das pessoas, é uma forma de vida aprimorada no quadro do Poder vigente. Quando as bolsas de Lisboa e Madrid afundaram mais de 5%, arrastando os mercados europeus, no caso português, pela primeira vez, a Opinião Pública Nacional pôde confrontar-se com as informações que lhe haviam sido sonegadas internamente por meses a fio. Mas agora é que é. Em força. Incapaz de se remodelar, uma vez mais, o grande farsante supõe que isto vai com dispendiosas operações de charme para inglês ver. Estamos bem arranjados. 

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