ISALTINO SETE CRIMES, SETE SAIAS

Por vezes fomos induzidos a sentir "pena" de Isaltino, coitado, incomodado quando fustigado dentro e fora do tribunal com o elencar e alardear de quanto é acusado, sobretudo e supostamente num tom que penalizava a sua «honra» e o seu «bom nome». De certa forma, todo o corrompido e corruptor é gente que se habituou ao esquecimento dos outros, da comunidade, da totalidade. E numa sociedade como a portuguesa é absolutamente admirável que se faça alguma Justiça, um esboço pelo menos, já que tudo é Política e crivado pela Política, mesmo a Justiça. E tantos são os que ainda andam ao alto ou foram absolvidos. Quais as consequências da corrupção enraizada por décadas?! Quem olhará pela multidão de desempregados, muitos deles filhos-consequência de essa Corrupção, de essa Falta de Escrúpulos do Dinheiro, multidão que alastra imparável em Portugal?! Ninguém se apieda. Ninguém sente compaixão e age. Ninguém tem um gesto. Resta ir morrendo a ver a passar esta mesma excepção que confirma a regra, o Isaltino Sete Crimes e Sete Saias sempre pesaroso, incomodado, snifando o parco pó de uma Justiça que se agora lhe sentencia sete anos de prisão efectiva mais tarde um recurso qualquer recuará e suavizar-lhe-á a coisa. É regra: «Segundo a acusação deduzida em Janeiro de 2006, Isaltino Morais, acusado da prática de sete crimes, “recebia dinheiro em envelopes entregues no seu gabinete da Câmara” para licenciar loteamentos, construções ou permutas de terrenos. O Ministério Público pediu que fosse punido com prisão efectiva durante um período superior a cinco anos, bem como a inibição de exercício de cargos públicos durante esse tempo.»