QVO VADIS, PRIMADONNA?

Só em Portugal: o Primadonna parece resistir às sucessivas e devastadoras polémicas. O PS está dividido consoante os que trabalham e sugam o Estado pela mão do Primadonna e os que não lograram tal tipo de emprego como gratidão por cumplicidade silenciosa-Fernando Gomes ou estridente-Lello. O desejo de eleições antecipadas por parte do honestíssimo Sócrates, aliás Primadonna, e dos seus honestíssimos quatrocentos a seiscentos pretorianos é claro. Só uma minoria de mal-intencionados considera dever o Primadonna ser imediatamente substituído no cargo a fim de que o PS forme novo governo com um novo primeiro-ministro do PS que ainda se salva do Danoso e Pantanoso Perfil Tirano do Primadonna. Num momento em que a credibilidade do furibundo Primadonna é infinitamente menos que zero, temos esta situação de crise económica que colocou o défice e o endividamento externo português no centro das preocupações internacionais, cenário que recomenda evitar-se, a todo o custo, é naturalmente a queda do governo e a subsequente crise política que se lhe seguiria. Ora é justamente isso o que o Primadonna e os seus momos e sambistas forçam. O Plano do Governo para controlar a comunicação social cheira ter já a ver com uma noção bem clara do pós-eleições, das consequências do caciquismo dispendioso para as ganhar, da ocultação do actual cenário desastroso no plano económico que só as hostes governamentais conheceriam em toda a extensão. Toda a gente tem medo das consequências de moções de censura, moções de confiança ou eleições antecipadas: à excepção de José Sócrates que, com as sondagens forjadas e manipuladas a seu favor, encara eleições antecipadas como uma relegitimação política à maneira de Barrabás. Aparentemente mais ninguém defende esse cenário. Nem os partidos da oposição, nem o Presidente da República querem imaginar a convocação de novas eleições, quatro meses depois das últimas legislativas, em plena crise económica. Ora, é uma pena que o Primadonna não desapareça de cena pelo seu próprio pé. As coisas tenderão a assumir proporções catastróficas e só com muito estrondo essa sinistra figura figurará na cloaca da História, onde pertence. Só asnos e avençados gratos suportam uma figura que mente compulsivamente e sonha inchar de autoritarismo furibundo e absolutismo praticado. Se visava controlar os media, tudo nos autoriza a supor que, capturados os momos da Justiça e as sambistas empresas de sondagens entre outros penduricalhos de Poder e Influência, muito pouco lhe faltava controlar.

Comments

Olá Joshua, não sei se és sócio do FCP e se alguma vez votaste no pinto da costa??? Porque se o fizeste e continuas a fazer, tudo o que andas a escrever sobre o socrates tem de cair em saco roto, pois concordo contigo quando falas de politica e não concordo quando falas de futebol, e o que mais me estranha é que Pinto da Costa e Socrates tem muitas coisas em comum e criticando um (Socrates) e apoiando (ou não criticando) outro estás a cair numa tremenda contradição...

Vou te dar exemplos: O teu presidente controlou (controla) vários meios de comunicação social, influência escolhas de treinadores das equipas adversárias, para além disso coloca dezenas de jogadores seus nas equipas da 1º liga e como se sabe tem (teve) influência nas escolhas e classificações dos árbitros...

Eu não consigo separar os dois casos e desilude-me que não tenhas um unico post a criticar o teu presidente como tens dezenas a criticar o Socrates....

PS-Sou simpatizante do PS e no entanto gosto tanto do socrates como tu...Há que saber separar as coisas e enquanto o socrates lá estiver nunca mais votarei PS. A ti só te peço coerência...
Quint said…
Meu caro e sincero amigo Joshua eu sei que me lês, procuras respeitar mas nem sempre me compreendes. Ambos procuramos alguma justiça, alguma equidade, alguma rectidão e alguma decência nisto tudo embora o façamos por caminhos diferentes.

Já lá, no ABIRRITANTE escrevi hoje mesmo e tu há muito que o sabes: sou militante do Partido Socialista. De base, é certo; fraco militante também é verdade porquanto me limito a pagar quotas e nada mais. Isso cega-me? Impede-me de ver as coisas?

Sabes bem que não me escondo em artificialismos e que não tenho receio de enfrentar a verdade e os factos. Também sabes que não tenho, nem procuro ascender a cargos e honrarias por via da militância, pois tenho e acredito nalguns valores e tenho uma moral que não é elástica ou verga conforme as conveniências. Tu compreendes isto e respeitas-me, contrariamente a outra pessoa que ambos conhecemos e que um dia, talvez julgando ver-se ao espelho, me confundiu com o Vara!

Onde nos separamos é que tu não consegues abstrair-te de uma lógica que tem como matriz e raíz de todos os males uma só pessoa: José Sócrates. E, atrás disso, não consegues aceitar que se tu criticas, há quem tenha o direito de defender. É natural, vivemos num estado livre.

Por isso, não critiques os que me lêem ou comentam, fá-lo antes a mim. Sou eu o autor dos escritos e dos pensamentos. Quem me lê tem o direito de afinar pelo diapasão que tiver por conveniente, pois se tu exiges e clamas por liberdade tens de a conceder aos outros, certo? Podes não concordar, mas tens de aceitar.

Sobre o epíteto de mentidero, que queres que te diga? Nada, talvez. É a tua opinião contra a minha. Reconhece, pelo menos, que lá (como aqui) é tudo genuíno, "what you see is what you get" … e não como muita coisa que anda aí na blogosfera travestida de rigor e que ambos sabemos ser feita por assessores. E, pasma-te, alguns até nem são do PS nem do Governo!

Um dia desafio-te a que faças o seguinte exercício, aliás podes fazê-lo hoje a partir do meu texto: esquece o Sócrates e o PS, reflecte sobre aquelas questões e diz-me se aceitas que assim seja?
José Lopes said…
A política nacional transformou-se num imenso pantanal que poucas saídas parece ter, pelo menos neste momento. Pedir a queda do governo, com uma moção de censura, é prejudicial para a confiança dos agentes e parceiros económicos, mas a saída de José Sócrates do poleiro só poderia acontecer com um acordo com outros partidos se não se quiser uma solução provisória e frágil.
O que resta então?
Cumps

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