A CULPA E A INCOMPETÊNCIA A SEU DONO

A intervenção de Sua Excelência o Presidente da República veio trazer ainda mais luz sobre a situação difícil em que nos encontramos, escondida por todos os meios pelo Governo e suas toupeiras fiéis. Ela suscita quatro certezas para a pequena multidão de assessores e liliputeanos governamentais: Um: acham que o PR deve apresentar/sugerir soluções como contributo institucional para fazer frente à crise — isto quando se julgava que, para o preclaro líder do Governo e demais trupe, caberia ao PR e às Oposições não levantar ondas e dançar conforme a música programática governamental. Dois: a pequena multidão de assessores e liliputeanos governamentais, no seu uso da polissemia interpretativa, acha que o PR considera haver um fundamento que estabelece uma relação entre a crise de valores e a crise económica pois muito da crise económica é o resultado de políticas que deprezam a sociedade, que desprezam a vida, que omitem os factos essenciais da economia ao grande público, que baixa o nível da linguagem e dos comportamentos na vida pública, que prioriza o casamento entre pessoas do mesmo sexo em obscena indiferença pelas prioridades de um país deixado a naufragar em tudo o mais. Três: para a pequena multidão de assessores e liliputeanos governamentais, o conceito de cooperação estratégica é sempre válido, quando interessa que seja válido, mesmo perante processos governamentais de duvidosa boa-fé, perfídias e ofensas cometidas contra a instituição Presidência por parte de peões e paus-mandados do partido do Governo. Quatro: a pequena multidão de assessores e liliputeanos governamentais considera fazer parte das funções e competências do PR comer e calar, tal como cabe ao Governo, perante um País onerado e endividado e prestes a endividar-se ainda mais, com instituições-chave desacreditadas, fazer ainda mais guerra aberta à Presidência e ao Parlamento, ficar na expectativa, arranjar lenha para vitimizar-se, a ver se percebem quem manda. Depois esse mesmo pessoal liliputeano dirá que o clima entre as instituições deveria desanuviar, dadas as dificuldades maiores que o País atravessa e, em suma, tal gente liliputeana — virando o bico ao prego — considera que o Governo não tem nada que arcar com todas as responsabilidades por quatro anos e meio de talk-show e problemas bem sérios entre mãos disfarçados de inexistentes. Ora, isto parece demasiada claustrofobia para gente habituada a prescindir da opinião e da adesão convicta de todos os demais. O Poder e o Mundo começam a assustá-los. O número de circo está comprometido. Já se impugnou por tão pouco. Estava na altura de impugnar isto! Impugnar quem engana. Impugnar quem se serve de todos os meios para continuar a fazer o que faz melhor: ludibriar o vulgo.

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