CHARCO NACIONAL, O RITMO DA DISCÓRDIA


Tenho uma grande vontade de rir quando vejo algum blogger a escrever:
«eu sempre defendi isto ou eu sempre defendi aquilo» e rio
porque a presunção do próprio peso nulo, num oceano de eus e possibilidades
cai, afinal, em cima do próprio mal e joga contra si.
Tu, cu-de-Judas da bloga sempre defendeste o que quer que seja. Muito bem. E daí?
Algo de semelhante se passa com Pedro Passos Coelho
de quem eu esperava um bom resultado nas últimas directas
e que efectivamente anda a fazer uma saudável e contida concorrência
à líder do PSD com a plataforma de reflexão que promoveu.
lkj
Vejam como seria ridículo agora eu escrever que «sempre defendi
que era preciso “acelerar” a construção de uma alternativa ao PS»
e sempre defendi que Menezes representava uma pedrada no Charco
Nacional contra a costumeira pole position política para os cargos, lugares e tachos,
e sempre contestei a ascensão, o estilo e a liderança de Manuela Ferreira Leite,
sendo que não tem sido produtivo nem relevante o seu calendário ou o seu timing».
Os meus leitores diriam: «Sim. E quem és tu? E para que serves?!».
Compreendem a irrelevância?
lkj
Até ao momento o PSD não teve realmente uma rentrée política
o PSD não tem agenda, anda a reboque da agenda do Governo ou de outros partidos
e mais que estar a precisar de acelerar, está a precisar de existir.
lkj
Sempre vi (estou a brincar com o esquema sempre defendi, sempre vi)
em Pedro Passos Coelho uma ideia concorrente e alternativa a MFL.
Pode disfarçar-se e esconder-se em formas não institucionais
que contribuam para a reflexão que há-de suportar a acção política do PSD,
mas o ex-e-futuro-candidato à liderança social-democrata, autor do “Construir Ideias”,
e o seu debate sobre energia, não podem disfarçar o, para mim, justo intento
de tentar ocupar o espaço da líder empurrada a contragosto para a guilhotina-liderança
por Marcelo e José Pacheco Pereira.
lkhj
O PSD partido, fracturado, não está em parte nenhuma
e todos aqueles que têm contributos a dar de facto não são bem-vindos:
Capucho não respeitou Menezes,
Rui Rio não respeitou Menezes,
Aguiar Branco não respeitou Menezes,
as bases eleitoras não foram respeitadas, falsa partida, outra vez,
boa parte deles já escolheu a alternativa de futuro e de um futuro longínquo:
estar quietos e calados à espera das migalhas do PS-Estado Português
ou que aconteça o poder ao PSD
como acontecem gripes ou leite contaminado aos Chineses.
Atiraram-se à tolos contra Luís Filipe Menezes, até agora o único
que destoa na fotografia e nos intentos de uma multidão de calados como ratos.
lkj
O PSD já não existe. Dali não se pode esperar nem Oposição nem Alternativa.

Comments

antonio ganhão said…
Eu sempre simpatizei com o Meneses, no discurso, nas ideias e no sentido de humor, existe algo de Bush, não sei...
Tiago R Cardoso said…
estamos perante um regresso ao passado?

Um velha paixão ?

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