CÉSAR NÃO É CÉSAR
1. Aparentemente, Carlos César, o líder do PS/Açores, não poderia afirmar outra coisa senão que a decisão do Presidente da República de promulgar o Estatuto dos Açores foi "um acto de superior interesse nacional" e que não o fazer "seria um absurdo". Mas a realidade é diversa: antes de mais, não há bons estatutos se eles violam em primeiro lugar a Constituição e são promulgados à revelia da figura presidencial e a sua interpretação. Se Carlos César acha decente dobrar a figura do PR e que o estatuto "É um bom Estatuto para os Açores e um bom Estatuto dos Açores para o País e seria um absurdo não o promulgar", provavelmente estará disponível para ver com bons olhos que o PR, decorativo que é, não sirva para absolutamente nada e possa perfeitamente ser cilindrado, desde que as maiorias o desejem. É o começo do fim de uma República que não se quer levar a sério, dado o oportunismo e a politiqueirice que subjaz a tudo isto. Lamentável.
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2. As festividades em torno de este processo mal conduzido do Estatuto deflagram pelo país e, como não poderia deixar de ser, também o ex-líder do PSD, Luís Filipe Menezes, a elas se associa, tendo revelado hoje à Lusa ter garantido a Cavaco Silva que o partido não aprovaria o Estatuto Político-Administrativo dos Açores e que Paulo Rangel fora encarregado da argumentação para sustentar essa posição. Houve, no entanto, a magnífica abdicação de Menezes, apeado por um sistema intrincado de suicidários-PSD, mafiosos do aparelho, perpétuos conspiradores Rui Rio, Pacheco Pereira e Ferreira Leite. No fim de tudo, Sócrates colocou Cavaco Silva no bolso. Manuela Ferreira Leite ajudou a esse processo. É a vergonha consumada. Que se entendam!
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A partidocracia vigente transforma qualquer iniciativa política em "interesses partidários de ocasião". O resto é a retórica do supremo interesse nacional, seja lá isso o que for.