NÃO SE RESISTE A ISTO
1. Até prova em contrário, cheira a trabalho escravo e a exploração prisional, senão que pensar do facto de que, tirando a bondade de alguns voluntários dos Bancos Alimentares desenvolverem actividades junto de reclusos para promover a cidadania e a responsabilidade social, ter chegado a oportunidade de estes últimos retribuírem?! A partir de amanhã, reclusos de cinco estabelecimentos prisionais distintos vão contar com 25 hectares de terreno para cultivar. Os produtos que conseguirem retirar da “Horta Solidária” serão distribuídos pelas populações mais desfavorecidas. Mas e os reclusos não são eles já por si desfavorecidos completos?!
lkj
2. É preciso muita incompetência e muito servilismo para um partido como o Partido Socialista se mostrar hoje satisfeito com a promulgação tão contrariada e a contra-gosto do Estatuto Político-Administrativo dos Açores pelo Presidente da República, Cavaco Silva. Pior é desvalorizar as críticas gravíssimas à redução dos seus poderes por uma lei ordinária e aos interesses partidários referidos pelo chefe de Estado apontando concretamente os interesses de lana caprina e pequena mercearia política do PS. De resto, os principais partidos da oposição centram as críticas na “teimosia” do PS em não alterar os dois artigos no centro da polémica, mas reconhecem [porque não têm vergonha, sobretudo o PSD!] que o diploma é globalmente positivo e divergem [porque se trata de um saco de gatos e de mal-preparados do ponto de vista jurídico e constitucional] quanto à questão da lealdade entre as instituições. Não se enxergam nem aprendem. Teremos de ser nós a ensinar-lhes com uma banhada eleitoral o suficiente para banir sem espinhas a horda de incompetentes que senta as suas nádegas ociosas nas bancadas do parlatório.
lkj
3. Mário Crespo, de novo num belo artigo de opinião independente, feliz e bem humorada, faz a oposição que falta e o contraditório que vai mortiço ao Poder Fátuo que por cá fede, aproveitando o negro labirinto burocrático do Ministério da Educação pseudo-avaliativo para correr a medíocres em todos os itens a Ministra. Vale a pena ler aqui.
lkj
4. Num país de totós, de tretas e de mãozinhas mediáticas estendidas e obedientes ao poder político [e a SIC tem sido informativamente muito complacente com o Propagandesco Oco do Executivo ao contrário da TVI] sabemos que há um ano, Nuno Santos transitava de uma RTP1 com 25,2 por cento de share para uma SIC que, pela primeira vez em quinze anos, estava na terceira posição dos canais generalistas mais vistos. O ano de 2008 termina agora com a SIC novamente em segundo lugar, com 24,9 por cento de share e com a RTP1 com 23,8 por cento (dados da Marktest até 28 de Dezembro). Sem surpresas, a TVI continua a dominar e reforçou mesmo a sua quota de mercado, com 30,5 pontos de share contra os 29 de 2007. A RTP2 tem 5,6 pontos, uma melhoria em relação a 2007, em que tinha 5,2 pontos. Por outras palavras, o pobre povo vidente e nada clarividente das TVs é como la donna è mobile qual piuma al vento, muta d'accento e di pensiero. E logo este desfecho diante um novo ano em que se prevê que muitos jornais e aparentes portentados mediáticos vão tremer e falir. Pode não ser suficiente ter melhorado no desempenho do share.
lkjh
5. Aparentemente, segundo estas notícias mais recentes, os militantes do Hamas iniciaram uma intifada à base de barragens intermináveis de Al Kassam ou, por outras palavras, estão como querem e com alguma capacidade de resposta e de vitimação de uns poucos de israelitas: em guerra, matando moscas, errando os alvos, mas morrendo alegremente às dezenas, já 364, com um sorriso martírial no rosto sob os bombardeamentos inteligentes israelitas. Boas festas a tão proverbiais obstinados: «GAZA CITY, Gaza Strip — Palestinian militants sent a deadly barrage of missiles flying deep into Israel on Monday, demonstrating that Hamas still had firepower three days into Israel's punishing air offensive in Gaza. Three Israelis were killed and two seriously wounded. Palestinian health officials put the three-day death toll in Gaza at 364; the U.N. said the total included at least 62 civilians.»
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