CORTES ATOLEIMADOS

É grave e preocupante que o Governo vá reduzir o número de monumentos e imóveis de interesse público protegidos por lei, com a decisão de arquivar, a 1 de Janeiro de 2011, os processos que ainda se encontrem nessa altura em vias de classificação, matéria que não foi alvo de qualquer anúncio oficial e decorrente escrutínio social, tendo por isso passado despercebida à opinião pública. Os cortes operados por este Governo de um modo geral são atoleimados actos de covardia política. Este é somente mais um exemplo. Corta-se na Saúde, no Ensino e na Cultura, funções não lucrativas do Estado, passíveis apenas de gestão sóbria e sábia, mas não se corta há décadas, e especialmente agora, em aquisição de automóveis, Parecerística redundante na ordem de milhões por ano atafulhados nos bolsos dos júdice e dos proença regimentais e situacionistas, mas não se corta em Assessorias, Fundações, Organismos, Observatórios e tretas quejandas. Em suma, emagrece-se o Estado nas funções indeclináveis, nobres e obrigatórias. Engorda-se a despesa até ao limite do obsceno em tudo quanto represente tacho político, lugar cativo político, mama política, mais pessoal político garante de apoio político, paixão cega política e mobilização incondicional do gado apoiante e votante nos mesmos que funciona num primarismo caciquista pelo menos desde há cento e cinquenta anos. Os cidadãos, sempre lesados e nulos nestas coisas dos cortes unilaterais e sem qualquer esperança de debate, devem exigir transparência absoluta em todo o género de opções orçamentais, ainda que venha depois um Miguel Sousa Tavares, um Marinho Pinto ou outros personagens da Situação agredir os mensageiros, poluir a mais lídima fome de verdade de que o Povo Português é credor. José António Cerejo e António Balbino Caldeira que o digam.

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