NÃO PERGUNTARIA MAIS BEM

Sinto-me imensamente próximo do Carlos M. Fernandes, do blogue O Insurgente, ao perguntar aos quatro ventos: «Quando escutamos o coro de aplausos à nova lei que regula a produção de pão, e quando percebemos de onde vêm — urbano-socialistas de esquerda e de direita que partilham o medo do sal e a ignorância sobre os limites das esferas pública e privada — não resistimos a perguntar: receiam perder a prosápia, os fanfarrões?» E sinto-me próximo especialmente ao pensar no dia em que me obrigarão a diminuir a frequência sexual, a rapar os pêlos do nariz, das orelhas, a limitar a minha paixão pelas três pimentas e a obrigar-me a bebericar cinco litros de água/dia para que se me evacuem todas as vitaminas e sais minerais tão preciosos de reter. Pois que metam uma aona ni shio pelo terceiro olho hindu que cá não gostamos de fascismos alimentares e profilaxias sanitárias com o estômago alheio. Por outro lado, até que é acalentador saber que o Estado tem a pretensão de tentar prevenir acrescidos gastos futuros em Saúde, prevenindo a nossa quase forçosa hipertensão, forçosa diabetes ou problemas coronários devido ao stress de sobreviver com migalhas e à enorme angústia da precariedade ou desemprego. Para que as pretensões do Estado fossem eficazes, bastaria que se promulgasse uma lei que impusesse pagar bem ao cidadão comum, em função do mérito pessoal, como acontece aos portugueses nas cidades inglesas e nas vilas e cidades do Luxemburgo.

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