SIMÃO E O ÓPIO DO LODO
Deco saíu, sem brilho nem glória contra toda as expectativas de afirmação num Mundial, o último da sua carreira. Simão, tão novo ainda, 30 anos, tão promissor vaidoso capitão improvável, diz de igual modo adeus à Selecção. Coisa estranha e precoce. É a Selecção, uma cultura, uma solidariedade e uma comunidade de homens com uma ambição longamente acalentada, que vai morrendo. Morre às mãos de um só homem ávido falador sem bola. Colapsa porque a bola deu lugar às diatribes sôfregas de um debitador interminável de palavras e obviamente dado a litigâncias esterilizadoras do essencial. Diz que só sairá "morto" do posto por si esboroado. Mas ninguém o quer. Não se pode trabalhar sem ser querido. Só os tubarões do futebol o abonam. À sua passagem, um rasto de conflituosa e tirana mediocridade. Queixas. Desculpas. Justificações. Jogadores indefesos em posições de campo incompreensíveis, desconfortáveis. Jogar para empatar. Destruição e desgraça. Adeus, Simão!
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