GRAVE, GRAVÍSSIMO
Antes de Pinto Monteiro, o escândalo necessário eram as fugas ao segredo de Justiça. Com Pinto Monteiro, o escândalo dispensável é o excesso de exposição mediática, o ruído perturbador das delicadas investigações em decurso e a protecção ostensiva, cúmplice, disforme do Poder Político: a colagem ao PM diz-nos tudo acerca da incapacidade de equidistância e isenção. Na publicação Sol, Defensor Moura declara inaceitável as afirmações de Pinto Monteiro quando se justifica relativamente à surpresa perante o despacho de acusação, ao comparar-se à Rainha de Inglaterra, mas que essa metáfora deve ser olhada com mais atenção porque, diz ele, a Rainha de Inglaterra fala pouco, mas é mais ouvida e respeitada por isso mesmo. A manutenção do PGR é, por si só, um sintoma grave, gravíssimo, da podridão do Regime e de como nada de refrescante e renovador há a esperar quer do Presidente Cavaco quer das vozes legitimadas eleitoralmente: a somar ao descalabro económico, temos o descalabro ético dado o obsceno comércio de interesses na Justiça e a viciação do jogo democrático pelo imobilismo da palavra e a inacção decisória dos seus actores.
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Maria de Lurdes Rodrigues prestou um grande serviço aos “boys” e aos corruptos portugueses: desviar as atenções para os professores no momento alto da tomada do aparelho de Estado pelos “boys” e da monopolização dos grandes negócios de Estado pela rede que gira à volta do ainda primeiro-ministro. Por isso foi premiada com a presidência da FLAD.
Álvaro Teixeira