JMF E A INDÚSTRIA DE CASTRAR

Interessante a entrevista de José Manuel Fernandes ao i, revisitando a enorme e inédita castração à liberdade de imprensa operada deliberadamente pela indústria de marketing e coacção telefonística das últimas duas legislaturas PS. A relação problemática de este Poder com a verdade e os balúrdios por ele gastos em assessorias, não para resolver criativamente problemas concretos e prioritários do País, mas para amordaçar os factos, castrar e conter as vozes contestatárias lesivas dos interesses do Partido, logo, Governo, logo, Estado, demonstram a distorção das prioridades e o modo como tudo andou ao contrário do que deveria acontecer. São as vozes livres da imprensa, as vozes do cidadão comum, livres para opinar e trabalhar a informação, os garantes de mínimos de Verdade e Moral na vida pública, garantes de um combate explícito à corrupção, a qual necessita precisamente do alheamento geral, do silêncio geral e do tóxico desinteresse cívico alargado para mais bem medrar e florescer, conforme acontece: «Sempre houve vozes contestatárias em todos os governos durante o período em que estive na direcção do "Público". Sempre houve problemas, porque o jornal sempre foi incómodo, sempre publicou histórias de que eles não gostavam e eu nunca deixei de criticar quem tinha de criticar. Já tinha sofrido ataques de Santana Lopes, por exemplo na campanha eleitoral de 2005, embora esses ataques fossem mais epidérmicos e não tão pensados, nem com a repercussão e a encenação que tiveram os ataques de José Sócrates num congresso.»

Comments

jose Martins said…
Na minha terra capavam os cães, a sangue frio, com dois cortes na pele e apertavam os "tarecos", e as bolas saltavam fora.
O método era para não abandonarem o rebanho e os lobos não matarem as ovelhas ao pastor.
Mas no governo do Sócrates a coisa é mais técnica sem navalha de meia-lua, capam as vozes da razão para fugirem da alcateia dos lobos.
Gosto dessa "as vozes da razão", principalmente quando se iniciam na extrema-esquerda e se acantonam por fim, mas sem espanto, nos sindicatos políticos da direita.
Saudações.

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