AOS PRESCRIPTORES DA DISSIDÊNCIA


Àqueles a quem as manobras de aparente pré-dissidência PS de Alegre tanto desagradam,
àqueles que não se cansam de lhe recomendar e de lhe prescrever
coisas menos perturbadoras,
como por exemplo a definição neopartidária de um rumo alternativo a este PS,
isso mesmo, a constituição de um novo Partido,
como a criação de um outro tipo de alternativa política,
como a coragem da derradeira adesão ao tão namorado BE, afinal,
o principal e verdadeiro opositor parlamentar a este Governo,
a todos esses grandes prescriptores da Dissidência Consumada de Alegre
recorde-se que o que está em causa não é o PS, mas, sim, mais que este PS, este Governo.
lkj
A sensação geral de um amplo manto de Mentira prevalece, e o adormecimento e a anomia.
A sensação geral de uma enorme insensibilidade à Rua prevalece e o orgulho e a arrogância.
Haver quem disso se dê conta e contra isso vá,
denunciador e intérprete da Doxa Geral e Consensual, é de louvar.
çlk
Enquanto os governantes persisitirem,
como ontem Vieira da Silva nas barbas D. Clemente, Bispo do Porto,
em atirar explicações esfarrapadas para justificar o fosso abissal que alguém cavou
e que separa clamorosamente portugueses de portugueses
quanto às suas remunerações e condições elementares de vida digna,
enquanto os governantes não assumirem clara e corajosamente que a taxa de Desemprego
é e será a grande inelutável realidade esmagadora do século XXI,
que só baixará artificialmente por dejecção e eliminação de multidões do Sistema Social,
que há limites para a excelência e para a inovação:
nem todos poderemos ser excelentes e inovadores, essa treta serve para excluir melhor,
que há limites para a grande mentira da Formação e Qualificação
que o mercado não absorve e nunca absorverá,
que as máquinas nos vão tornando prescindíveis numa escala crescente e esmagadora,
que a política das Baixas Remunerações,
essa admirável invenção Portuguesa sem o mínimo de vergonha,
mantêm o nosso mercado medíocre, esganado, comprimido,
amedrontado, refém da sobrevivência enquanto prioridade absoluta da imensa maioria,
enquanto não se produzir transparência na Acção Política e os Governos nos não respeitarem,
transparência sobre o Regime
de MegaReformas Obscenas em Portugal depois de uns anitos de CGD, de Galp e quejandos,
transparência sobre as Retribuições Pornográficas em Portugal nas CGD e Galp e quejandos,
realidades que suspeitadas escandalizam os cidadãos, quanto mais conhecidas,
que os mantêm desmoralizados e descrentes,
que, elas sim!, contaminam de descredibilidade a nossa Democracia-Tetacracia,
que transformam certos sorrisos hediondos infalíveis em esgares insuportáveis e malignos,
enquanto tudo isso se mantiver inalterado,
Manuel Alegre será muito bem vindo à Liberdade de Divergir e Desafinar dos Silêncios Coniventes do Centrão e ainda assim demasiado contido,
demasiado comedido e disciplinado.
São precisamente os que têm tacho que lhe prescrevem Dissidência e o Descartam.
São precisamente esses os mais aflitos e incomodados com a insubmissão alegrista.
lkj
Se os portugueses tivessem a têmpera dos do início do Século XX,
esses regicidas, anarquistas, proto-revolucionários, veterossocialistas
e presidenticidas por justa causa à imagem das razões que degolaram Júlio César,
Portugal seria há muito um Levantamento a Ferro e Fogo de lés a lés!
Infelizmente, ainda vai alta a Noite, pesa-nos tanto o Pestífero Sono
e não faltam os velhos Clorofórmios Circenses da Alienação.

Comments

Pata Negra said…
Ah quem me dera ter de deixar o meu país para poder escrever à vontade versos discordantes. Mas não, eu deixo o meu país para encontrar pão.
Ah quem me dera subir a Avenida da Liberdade para apoiar os que me defendem.
Ah quem me dera ser ingénuo e acreditar que quanto mais ricos os ricos são, mais rico sou eu pobre.
Alegre? Não! Tanta a tristeza que me causa um punho socialista, que de rosa em rosa, se tornou no instrumento espinho da crueldade capitalista. Alegre é apenas um abcesso, alguém que não se quer curar. Se quer ser nosso, rasgue os seus símbolos, rasgue o seu fato e vista um fato de macaco.
Um abraço macaco
antonio ganhão said…
Hoje o ministro do ambiente distribuiu num supermercado 20.000 sacos de pano para substituir os de plástico em que habitualmente transportamos as compras.

Gastamos cerca de 2 toneladas por mês destes sacos, mas, com esta medida concreta e muito louvável, que mereceu todo o tempo de antena, o ministro conseguiu reduzir esse número em 0,00001%.

Com medidas fortes, que reformam e atacam os problemas, para que precisamos da sucata ideológica do Manuel Alegre?

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