FNV: ODI ET AMO, CHIASMUS


Dizer ou cantar Catulo, segundo Orff, ou recordá-lo da Faculdade
sempre me deu um particular prazer: desde a infância
e sob a direcção coral impressiva e cheia de efeito do talentoso J. Castro,
fio retomado no primeiro ano de Latim, na FLUP. Cruzamento de fios,
desfiamento de encruzilhadas, eis a vida.

E Quiasmo é a própria vida. Não é só retórica antiga respescada e usada.
Faz-se de aventurarem-se as almas no que lhes é oposto ou estranho,
entranhando-se elas num mundo-outro onde se podem perder
de tanto se reencontrarem e retomarem
como iguais e repetidas:
lkj
«Um livro cada domingo. Quando comecei a ler blogues, o que aconteceu apenas há quatro anos, o nome de Filipe Nunes Vicente (n. 1966) impôs-se com naturalidade no rol das minhas preferências. Nessa altura não sabia ainda quem ele era (é psicólogo), nem o que fazia (exerce clínica e docência). Um amigo comum juntou-nos, e a outros bloggers, na Primavera de 2006, numa morada famosa entre Lisboa e Coimbra. Continuei a lê-lo com atenção, porque o Filipe é das pessoas que melhor escreve na bloga. Discordo muitas vezes das suas observações sobre política nacional, como ele discordará das minhas, mas se eu gostasse de sociedades de partido único tinha provavelmente continuado em Moçambique. Não dou para esse peditório de porteira, nem vejo o mundo à luz dos publicistas globais. Sucede que o Filipe, com o escrever bem, pensa bem. Isso é facilmente demonstrável agora que reuniu os textos da série Odi et Amo, sobre «relações entre as pessoas, às vezes sobre as relações entre as pessoas e o mundo», textos que tiveram primeira publicação no Mar Salgado. Mas um livro continua a ser um livro. Amor e Ódio, portanto, sob chancela da Quetzal. Os textos falam por si. E vai nesse falar uma evidência de ordinário esquecida: fazer curto está ao alcance de poucos. A chico-espertice para-literata (versão blogue) julga que não, que três frases de efeito levam a carta a Garcia. Tolice.»
lkj

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