NOVA MAIORIA PS

Se gostam do desempenho-crista-erguida, bicada forte,

se apreciam o autoritarismo e populismo,

o populismo autoritário e o autoritarismo populista,

se têm respeito e consideração pelas dimensões sádicas e tragicómicas

na acção global de este Governo inexplicante,

preparem-se para um suavizar de políticas até aqui imoderadas

e que não têm poupado em nada os pequenos.

lkj

Vem aí a época da caça, a época da ceifa.

Vem aí, como um Inverno repentino,

o gripe-argumentário tácito Pasta-Medicinal-Couto

por uma nova maioria PS.

O Governo já entrega computadores.

Em breve cachecóis,

mais tarde esferográficas.

O Governo visita doentes.

O Governo cativa-nos nas Escolas em assuada

O Governo tem um charme sem-chá.

Por ele ondulam bandeiras.

Chovem do ar preservativos com a sigla PS

e uma mão fechada na ponta além da sigla, albergue da glande,

que é uma espécie de punho-pénis fechado natural num homem.

Às janelas e aos portões assomam, como fezes negras,

mulheres com olheiras negras que, felizes, se retemperam de gravidezes interrompidas negras

que até poderiam ser felizes, mais felizes que não existir.

A soco-mãozinha-murro agora está mais fechada devido ao estado argola do preservativo,

mas logo dilatará distendida no dilatar-tusa dos preservativos enroscados

em ruga por rego.

lkj

O Patriarca Soares dorme a sesta num enorme je ne sais pas tosco.

Manuel Alegre faz tiro aos pratos como quem falha na fala.

Almeida Santos, o mestre, dedica-se a dar conselhos

como quem pesca,

às cunhas

como quem molha

e a favorecer amigos

como quem pasta.

Vitor Constâncio arregala muito os olhos e cruza os dedos sobre um ventre oval e sereno

mal fala do nosso desempenho económico,

seríssima equação.

lkj

O País-Povo, esse,

olho do cu da China,

riso e remoque loiro dos egóticos britânicos,

está farto é de subserviências e de ultimatos,

o Povo-País é todo um José Maria Martins desta vida

entre projectos e ideias regeneradoras.

lkj

E não reage.