CONJUNÇÃO


Namorei, no frio de muitas noites de inverno passadas, todas as estrelas
sob o céu da minha terra. Viola ou cavaquinho entre os braços noite alta adentro,
corpos colados e em panos grossos calafetados, cantávamos sem idade.
E havia a frescura de um Evangelho anunciado, uma partilha festiva gratuita,
os rostos, o calor dos lares que se nos abriam, a pobreza ou o bem-estar
que nos respondiam e escutavam por cinco minutos a notícia cantada.
Místico era o chão granítico percorrido, caminho Antigo de Magdala,
as árvores, as estrelas, o encanto nu do céu familiar que reunia
à vida palpitante em todo o Cosmos o canto ardoroso da nossa pequenez.

Comments

Pata Negra said…
Que bom sentir renovados os sentidos e os sentimentos. Eis a resposta: arrancar das entranhas do passado os caminhos que são necessários ao futuro.
Um abraço ao Joshua que eu suspeitava escondido
antonio ganhão said…
Existe por aqui um Josh desejoso de se revelar, de se dar a revelar, enamorado do encantamento que isso produz nos outros. Será isso que tu procuras? Por tão pouco te sentes redimido? Não o creio.

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