A VILEZA DA POBREZA PORTUGUESA

Há notícias que são letais para a esperança, bem ao nível dos factos que elas tratam: a taxa de risco de pobreza para a população idosa em Portugal aumentou para 21 por cento, em 2009, comparativamente ao valor registado em 2008 (20,1 por cento), segundo os dados obtidos através do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (EU-SILC), realizado no ano passado pelo Instituto Nacional de Estatística. Vê-se pobreza entre idosos em todo o lado. Fica-se pobre já na juventude inexoravelmente, fora os ousados que emigram, porque os que ficam submetem-se à garantia de uma sopa sob uma triagem burocrática sanhosa nas 'avaliações' formalísticas que engendra, aliás ridiculamente proporcionais, em pompa e complexidade, à miséria expectável no horizonte ou quando a montanha continua a parir roedores. Perante isto, confesso encontrar-me no mais fundo do desalento pessoal e não me agrada dada quando olho o Grande Buraco Nacional aberto para o futuro. Perdemos. Fomos derrotados. Outras gerações reergam isto. É morrer cedo ou emigrar prestes.

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