ANTÓNIO VITORINO, PEDAGOGIA E LISURA


Seja sobre que matéria for: a proposta de fusão BPI-BCP,
o saneamento no grupo parlamentar do PSD,
a hipótese de expulsão de Luísa Mesquita do PCP,
os resultados da recente cimeira Europa-Rússia,
no discurso de António Vitorino de hoje e de sempre há uma desmontagem
sempre resumida e pedagógica, aqui e ali bem humorada,
mas não menos densa da realidade que nos diz respeito.
lkj
Nele não há a ponta daquilo que me sobra:
mordacidade, o que o faz inócuo e consensual na adesão que merece,
ao mesmo tempo que leve, esquecido e tolerado,
o que não é justo para o facto de ser realmente um pensador brilhante, leal,
sem excluir que se seja brilhante na arte do contraditório e do confronto político lá,
onde Luís Filipe Menezes parece também muito persuasivo.
lkj
O estilo confrontacional do societário no governo PS já criou sobeja clivagem
com os estratos mais sacrificados da população portuguesa,
porque a insensibilidade, o pragmatismo sem coração, o discurso-espectáculo,
o show socretino para plateias estrangeiras e para quem ande distraído,
tudo isso cansa e soa a oco, quando o dia-a-dia nos pesa pior que chumbo.
lkj
Por tudo isto, mais uma vez, com Vitorino a mero comentador,
Portugal perdeu um Primeiro-Ministro muito mais humano,
mais independente,
e certamente muitíssimo mais sábio.
lkj
Vêm lembrar-me que certamente muitíssimo mais sádico,
que certamente mais cínico e muito menos corajoso que quem agora governa,
afinal conivente com as cretinices em curso com o seu célebre «habituem-se».
Sim, acredito. Mas estou só a falar do que transparece cuidadosamente cuidado
na maquilhagem do seu programa de brilhante comentador
à segunda-feira com a Judite,
um programa sem grande share, sem popularidade,
e também estou a falar no que já acreditei
e gostaria poder continuar acreditar, mas, na verdade, não posso.

Comments

antonio ganhão said…
Oh meu amigo. Eu até aceito a sua fixação no Menezes, mas no Vitorino? Não foi ele quem abriu o ciclo da arrogância com um "habituem-se"?

Não suporto o homem.
Tiago R Cardoso said…
Como já disse várias vezes, não gosto do sr. Vitorino,não pelas suas ideias mas pela falta de acção quando é chamado a ela.

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