ESTADO DE NATAL E DESEJO DE CLAUSURA


Diante de Deus, da Família e do Mundo,
saiba-se que o meu coração está além disto,
de todas estas rotinas e coisas forçosas de Época.
Saiba-se que eu bem sei só no silêncio e na busca da essencialidade interior
ser possível superar a futilidade e exterioridade civilizacional vigentes
e só então eu ser Feliz, e só então eu ser capaz do pleno dom-de-si,
ápice da Partilha.
lkj
Às pessoas concretas, eu amo-as. Amo os meus.
Amo os humildes e despretensiosos.
Amo a gente simples e não-violenta.
A minha empatia com gente boa, sofredora, amargurada, é automática.
Sei perfeitamente que, na minha Esperança em Cristo, lhes sou balsâmico
só pelo olhar e só pelo calor humano, pela escuta integral e atenta.
lkj
Não é a primeira nem a última vez que,
ao ver reportagens televisivas sobre os Conventos de Clausura,
me sinto convicto de como será realizador e feliz terminar assim os meus dias,
caso chegue, como desejo, a bem velho:
Sumerso no silêncio e na oração, minha vocação.
Cheio de Canto Orante, minha vocação.
Cheio de Amor, de Espírito Santo, irradiando-O, minha natureza.
Vigilante como as Virgens Prudentes do Evangelho, minha sensatez visceral.
lkj
Na posta anterior repeti muitas vezes a palavra ódio, aquilo que 'odeio'.
Mas em literaturês, certas palavras são só, e isto não é nada desprezível!,
retórica provovadora, um destrutivo descabelar-se para nada autofágico,
uma aparente autocaracterização indirecta, espinho de perturbação em quem leia.
Quem lê, adora perceber defeitos e vícios e fragilidades nos outros.
Poderá perorar depois os seus sermões de boa-consciência num pensamento orgânico,
organizado, santo, imaculadamente pertinente, enquanto lamente muito quem é assim e assado.
Mas eu, nesse particular, saí Álvaro de Campos, fora o Desespero.
Sou um Álvaro de Campos com Futuro e com Loucura
e sem a Falência-Colapso-de-Si em Desespero do Álvaro de Campos.
Também sem a por muitos lida homorientação sexual do Álvaro de Campos.
lkj
Nem tudo o que se lê é biográfico e muito menos autobiográfico.
Quem escreve, controla o que diz, ainda que sob um registo de aparente descontrolo.
Se parece que não se resguarda, pode estar efectivamente a resguardar-se.
É, decisivamente, provocacional, desinstalador, desassossegante ou pretende ser.
Se há violência, futilidade, competitividade agreste em todos os planos,
que se exponham, ridicularizem e denunciem, nem que pela hipérbole e na primeira pessoa.
lkj
Ou não compreenderemos por que motivo vivemos tantas vezes nos antípodas
daquilo em que pensamos acreditar.

Comments

Tiago R Cardoso said…
Penso que agora seria a altura de todos começarem com um gasto "feliz ano novo" ?

Não como eu comecei em Março, resolvi modificar o meu calendário.

Popular Posts