PUBLICIDADE ON-BLOGUE: DÁ DINHEIRO?


Lembrei-me de colocar uma questão em inquérito sobre o que deva ser mais
pertinente para a missão cívica planetario-blogosferiana
por me parecer que entre dissolvermo-nos
num projecto colectivo-com-alguma-liderança-dentro e conservarmos
uma orientação individualizada num blogue, a segunda albergar mais carácter
e espelhar o que somos na vida antes do mais: indivíduos irredutíveis e avessos
a lideranças onde elas não podem nem têm de existir.
Eu, pessoalmente, abomino que me liderem.
Que me estabeleçam princípios pelos quais deva reger a minha conduta,
a minha escrita, em última análise, a minha vida.
lkj
Há, sem dúvida, gente muito bem intencionada
ao querer ter-nos como subalternos e ao sonhar
com chefiar-nos por sermos dóceis de temperamento.
Gente que nos pede coisas como quem ordena e tem autoridade,
isso faz-me sofrer e rebelar-me.
Eu dispenso-o, obrigado. Sou aí um resistente. Não me considero um Anarca,
mas estou cada vez bem mais próximo de preconizar uma real democracia
de feição anarca, sem líderes, sem chefes, sem hierarquias, autogerida,
com responsabilidades repartidas horizontalmente.
Toda a liderança oprime e reproduz opressão. Temos de odiar a opressão.
Estaríamos bem dispostos a vender o nosso trabalho se efectivamente fôssemos vistos
como colaboradores diligentes e interessados, não enquanto descartáveis escravos:
é para esse glorioso mundo-pastagem que Durão Barroso, Sócrates e muitos mais
nos estão a conduzir languidamente nestes tempos mefistofélicos.
lkj
E num momento em que eu e centenas de milhares de desempregados e precários
andamos a tenir, a passar mal, de migalha em migalha nesta vida,
obstaculizados por um dinheiro de sobrevivência e de paralisia,
considero que se o Poder vigente fosse sério e consequente (ó ingénua pretensão!)
no mínimo cortava nos seus infinitos assessores
(infinitos para o Presidente, infinitos por essa pirâmide abaixo
de suga-fellatores de dinheiros públicos João Pedroso e quejandos).
Enfim, o Político fode. O Povo aguenta a trombada e, frígido, aprende a gostar que lhe doa.
lkj
Falemos de blogues. A amizade aí é possível, mas um bem escasso.
O que há aí é competidores que, no mínimo, se auxiliam mutua e amistosamente.
Um gajo descobre-chega, por exemplo, ao blogue Kolmi-Sniper,
que comenta e anuncia que não comentará o Notas Soltas, comentando sempre,
diz que gosta do blogue por, na verdade, gostar de facto do blogue Kolmi,
mas logo depois vem o completo desapontamento
por causa duma acrimónia ali filha da puto-doentia, até inexplicável, ela, sim, verborraica,
de súbitos tiques insuportáveis de um ego só com nojeira dentro,
só ele sensível,
só ele inteligente,
só ele por dentro do SIS e da CIA e da MOSSAD de esta vida global,
e sempre desprezivo da alteridade, da diferença blogueana. Puta que o pariu. Parei.
Assim não é possível andar nesta merda com naturalidade e à vontade.
E a coisa (o interesse, a atracção, que existiam) morre ali para nunca mais
e é tudo!
lkj
Eu estou sempre pronto a rebelar-me perante todas as formas e modelos de assédio,
comercial ou de outra qualquer natureza. Ainda há dois dias me enviaram uma pobre pecante
para uma sondagem Optimus, na qual, durante quarenta e cinco minutos,
respondi pachorrento a perguntas acerca de novos protutos no âmbito das ligações à Internet.
Tudo a pagar. Pagar! Pagar! «Qual o preço aceitável?
Qual o preço baixo de mais ao ponto de se desconfiar da qualidade do serviço?»
Eu tinha de escolher. Escolhia sempre dez cêntimos para tudo. Pagar! Pagar!
A propósito, a GoogleAdsense lá me enviou o devido e prometido e tardio cheque:
79 euros e 59 cêntimos. Palmas!
ljk
Foi, porém, somente após desabafos-textos meus aqui escritos sobre a lógica
abusadora do indivíduo que rege esta merda e após um e-mail por mim enviado,
aconselhado por um advogado experto nestas coisas meu conhecido.
Com um e-mail duro, confrontador, desapontado,
anunciei que me queixaria à Sede do Adsense a sonegação de um pagamento.
De imediato, recebi uma resposta em e-mail
a anunciar o primeiro e único pagamento para o fim de Novembro.
Ainda duvidei,
Mas o certo é que assim foi.
Devo dizer que esse cheque parco chega após seis meses de esforço enorme,
de investimento desproporcional junto de conhecidos, amigos, colegas,
chamando-lhes a atenção para a existência de anúncios pay-per-click
no meu PALAVROSSAVRVS REX. Acreditei de mais!
lkj
O efeito de tanta crença e insistência foi extremamente limitado para não dizer nulo.
Tive supostos amigos com um esgar de tédio quando ousei falar-lhes disto.
Tive sobretudo o silêncio e a indiferença, porque poucos percebem pouco
sobre este assunto tão novo e cheio de potencial. Quase ninguém quis saber.
Depois, perante o forçoso de ter de me pagar, a GoogleAdsense
corta abruptamente a minha esperançosa conta. Portanto Zero!
Plenipotenciários e indiscutíveis no cortar de vínculos com o publisher,
a quem fazem o que querem e tratam como querem, abusadores do caralho!,
como aconteceu comigo, sempre que lhes der na veneta,
não vale a pena imaginar aí, por agora, qualquer advento de estabilidade ou lealdade.
É o putedo cruel e trucidante da Publicidade das MegaCorporations on-blogue!
lkj
Mesmo assim, vou, como podem ver, tentando.
Tentando sempre.
Pode ser que um dia, de tanto tentar, finalmente acerte
e ganhe um dinheirito estável e simpático.
Faço por isso. Tenho à esquerda em esta página não pequena colecção de advertisers.
Quando tenho tempo, descubro novos. Aceitam-me logo.
Depois rejeitam-me por causa do escasso volume
de visitações, argumentam.
Enfim, perdidas as ilusões, posso apesar de tudo albergar uma dose não letal
de esperança legítima de ganho.
Sou um resistente.
Posso bem com as adversidades infligidas pelos homens.
Posso bem com o seu fingimento de interesse e amizade
(quando querem é um bobo a animar a sua corte
sem loucos saudáveis nem saudáveis excêntricos, como eu).
Posso bem com a competição cerrada nos blogues.
Posso bem com o conveniente denegrimento a partir de muitos sectores da sociedade
de este fenómeno PESSOAL e intenso chamado blogosfera.
Posso bem com o detectável menosprezo íntimo do meu trabalho e da minha pessoa.
Eu sou um resistente. E, enquanto escreva, sobrevivo.

Comments

antonio ganhão said…
Meu caro, rebela-se contra todas as formas de assédio comercial? Então não leia este blog.

Os nossos problemas, que não tenham reflexo directo nos outros, despertam sempre um enorme bocejo.

Eu só li o texto porque toda esta traquitana que o meu amigo aqui põe me prejudica a leitura.

Agora. o meu amigo tem tido maus chefes, se alguma vez tivesse trabalhado comigo mudaria a sua opnião sobre as lideranças...
Tiago R Cardoso said…
Para começar já sabes a minha opinião sobre a historia dos blogues pessoais e dos blogues colectivos.

De seguida, hoje escrevi lá no meu espaço sobre os blogue e os comentários e como disse lá existem muitos blogues ignorados e que são de excelente qualidade, neste caso incluiu o teu, para mim merecia mais projecção do que aquilo que tem.

Quanto ao caso que falas do dono da palavra, acho que finalmente estou em sossego.

No caso da publicidade, fiquei satisfeito que te tenha chegado o que te era devido, eu tinha parado de dar a volta por tu te teres queixado que não tinhas recebido nada, sendo assim vou passar a dar a volta.
Ricardo Rayol said…
Eu até coloquei ad-sense em dois blogs meus para testar, mas sinceramente a coisa deve ser uma carnificna comercial para quem realmente está querendo ganhar dinheiro com isso. não tenho opinião formada se vale ou não a pena.
quintarantino said…
Os gajos pagaram-te quanto? Estás rico, catano!
Ó Fellini, tu estás um tratado, um potentado no que à matéria publicistablogista concerne. Desculpa lá o neologismo.
Já pensaste na crónica? Devias pensar nisso... lançar-te a escrever crónicas sobre as vivências do dia-a-dia... e depois publicavas. Talvez um livro.

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