COSTA OU OS DIAS DA TUMEFACÇÃO

Mais algumas semanas e os resultados das sondagens e pequenas medições de popularidade ditarão ainda o estado de graça de Costa, o gajo do SóCrash e de Don Mariolone Soares. Costa não passa de um peixe-balão a gozar os últimos momentos de tumefacção messiânica, popularidade e efeito surpresa. Neste momento e por algum tempo ainda.

Tirando o caso de se tratarem de sondagens a soldo e à medida do freguês, coisa a que os anos SóCrash nos habituaram, se forem fidedignos, estes resultados atestam a enorme vocação e pendor imbecil das massas aleatoriamente chamadas a expender opinião e a fazer corpo nas estatísticas. Só por crassa falta de memória e de massa crítica, o PS poderia alcançar a sua segunda maioria absoluta, neste século. Impensável. Mas a partir daqui será sempre a descer porque a realidade dura e exigente das contas públicas e os constrangimentos da moeda única e da consolidação em Portugal farão o seu caminho, esmagando Costa e o PS com as alternativas que na verdade não têm. O Partido-Máfia tem o seu próprio lastro e os seus muros intransponíveis.

Não será possível ao Peixe-Balão Costa manter o inchaço impante e a popularidade por inerência, perante um Governo quanto mais responsável mais impopular e mais impopular também porque a agenda dos Media Televisivos da Capital segue caminhos que o financiamento por recursos misteriosos em paraísos fiscais poderiam explicar, a ganância dos interesses na sombra poderia explicar, mas não a honestidade intelectual nem a isenção jornalística, basta ver e ouvir as torpezas de Constança Cunha e Sá ou os torpedos parciais de Ana Lourenço para perceber o alinhamento editorial das estações.

O efeito Costa pode ser este, superficialmente popular, e essa popularidade grandemente devedora do seu silêncio, mas poderá revelar-se terrível e penoso quando o Pluvioso Alcaide voltar a falar e porventura converter-se em Governo para fazer nada mais que o que está a ser feito. Recordemos que, na semana passada, a crise política grega levou este País de regresso às complicações de 2010, com os juros a pagar pelos empréstimos pedidos a dispararem para 9%. Costa, os socialistas e a Extrema-Esquerda, querem enfrentar a dívida e o défice não pelo cumprimento de metas duras impostas de fora e negociadas com a relatividade absolutista do credor, mas pelo alívio unilateral dos processos de cumprimento. Só que a via sancionada pela chancelerina Merkel contra a derrapagem dos défices dos diversos países do Euro não poderia ser mais implacável: o alívio virá pelo cumprimento e não pela descompressão e abrandamento da consolidação.

Espera-se, pois, que os ventos de guerra amainem e que o abrandamento económico dê lugar à vitalidade das bolsas europeias. Do que precisamos é de líderes duros de rins, capazes de resistir à facilidade e dispostos a cumprir na íntegra as metas dos défices. O que hoje possa parecer intoleravelmente exigente converter-se-á progressivamente na rocha sólida a basear a nossa riqueza e semelhança com os países de ponta da União.

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