Ovo Celeste Sem Casca
Há dias em que se mostra mais, em que quer ser, e é, o centro da sede.
Nesses dias, certos corpos ganham peso por si e, perdendo velocidade,
colapsam sob um arfante suor:
pedidas, as bebidas em lata nunca se apresentarão frescas
e o cubo de gelo estará ali no copo em obscenas cumplicidades com a palhinha
só por uma tórrida questão de sugestão gelada.
Se sabes, de verdade certa,
que a cerveja nunca estará semipétrea e glacial,
não a peças. Passa sede a sério para variar.
Bastem-te, alienígenos,
todos os odores corporais dos outros,
no Bus,
no metro,
na missa,
como incontornáveis testemunhas de Jeová,
a baterem-te à porta do olfacto,
coagindo-te à salvação pelo sovaco.
Na cidade, o ar é seco e, em plena praça,
lançando um olhar esquimó em todas as direcções,
à média altura, a paisagem ondula,
oscila, numa dança térmica, reverberativa.
Então não vás.
Joaquim Santos
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Passarei com mais tempo.
beijinho
beijinhos
Te surpreendem numa qualquer rua.
Não desesperes.
Ele põe-se
E voltará a Lua.
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