PS OU DEMOCRACIA GRIPADA

Os melhores, mais perfeitos e acabados processos de viciação democrática

que caracterizavam as ditaduras da esquerda comunista por trás da cortina

ou outras ditaduras propagangisticamente muito bem organizadas de direita

tornaram-se moderadamente os do Governo PS em Portugal.

lkj

Manuela Ferreira Leite disse-o e, apesar do pecado enorme

de pecar por ser tardia e ausente, quase inutilizando a própria análise

e a gravidade do analisado e denunciado, como bem nota o João Villalobos:

o que disse «foi um violentíssimo ataque ao Governo

(colocando o dedo nessa «ferida» cada vez mais exposta

que é a partidarização da máquina económica do Estado,

mas também de certos interesses privados e dos média)

acusando-o, entre outras coisas, de compadrio e de ser politicamente vingativo,

anti-democrático e manipulador».

lkj

Acontece que o sono português, a inércia portuguesa, são ainda mais perigosos

que a realidade denunciada pelos tópicos de Manuela Ferreira Leite.

A letargia nacional é, só por si, uma tragédia incomensurável

para a democracia nacional que, para todos os efeitos, é espiritual e civicamente

imberbe e só tem lições logísticas e organizativas a dar a Angola

mas mais nenhumas. Nada tem a ensinar em decoro cívico, por exemplo.

kjh

Daí que as reacções do PS à Aparição ferreira-leitina,

todas elas miseráveis e tristes, todas elas amadorísticamente beatas

quer em Augusto Santos-Silva, quer em Vitalino Canas,

mereçam uma risada de escánio: quando se diz

que não se ouviram propostas alternativas

o cinismo não podia ser maior, se o filão programático do PSD e do CDS-PP,

foi apropriado pelo PS. O que está em causa não são propostas,

mas o saber fazer, as prioridades, a transparência,

os hábitos democraticos ou não da governação, o sentido de serviço público,

o respeito que não se vê pelos cidadãos, pela sua pele e pela sua inteligência

e menos venalidade e vergamento ao Capital,

pelo qual se vendem ao preço mais vil direitos inalienáves que são de todos.

lkj

O maquiavelismo irresponsável do executivo e a sua tonalidade hiper-arrogante

são todo um estilo em vigor e a fazer escola por aí.

lkj

Choca-me é que toda esta clarividência ferreira-leiteana,

ao mesmo que faz esta denúncia aguda, pelo seu longo desaparecimento passado,

mostra tê-los caucionado ao não cerrar fileiras quando foi tempo disso

sendo que o tempo disso foi todo o tempo.