À FLOR DA CAPITULAÇÃO CIVIL

O Regime está falido? O Regime é corrupto, arruinado e ruinoso? Ninguém acredita no Regime? Mude-se de Regime. Porque depois de as elites usurpadoras terminarem de escaqueirar o País, a Europa dar-lhe-á a estocada final, transformando o rectângulo num protectorado de facto, governando de fora o que jaz carcomido, desbaratado e desgovernado por imbecis pomposos, charlatães garganeiros, efeminados bem vestidos e simultaneamente arrebatadores de matronas! Acordem para a desgovernança "socialista". Goste-se ou não do mensageiro, a mensagem é esta: «Segundo o Eurobarómetro, 95 por cento dos portugueses (de facto, Portugal inteiro) acham a situação económica "má" e, apesar da retórica do primeiro-ministro, 71 por cento acham que irá ser pior. O que não admira. O que admira é que, nesta aflição, 76 por cento dos portugueses não tenham confiança no Governo e 67 por cento não tenham confiança no Parlamento. Pior ainda: as sondagens parecem indicar que a desconfiança não vem particularmente deste Governo e deste Parlamento, porque não existe nenhuma alternativa clara que o país prefira (o PSD, por exemplo, ou uma aliança CDS-PSD). Os portugueses não confiam pura e simplesmente no regime: nos políticos do regime e nos partidos do regime. Ora, estando num sarilho sem ajuda, deviam em princípio andar aflitíssimos. Mas não andam. Porquê? Porque pensam (47 por cento) que, se for preciso, a "Europa" lhes deitará a mão ou que, em geral, resolverá a crise (28 por cento). Por outras palavras, de "sopa do convento" a "Europa" ascendeu à categoria mais seráfica de um novo D. Sebastião. Claro que ninguém, ou quase ninguém sabe o que é e como funciona a "Europa" e só algumas luminárias perceberam que as regras definidas pela Alemanha para toda a gente (diminuição do défice e da dívida externa) podem em rigor prejudicar Portugal. Só que esse pormenor não conta. O Messias, por definição, é um mistério e age misteriosamente. Conhecer o Messias diminuiria a fé na sua eficácia. A "Europa" serve de conforto ao desespero do indígena precisamente porque um nevoeiro de absoluta ignorância a separa dele. É curioso como 30 anos de democracia conseguiram levar (ou devolver) os portugueses à irresponsabilidade. A sondagem do Eurobarómetro não seria diferente no tempo de Marcelo Caetano e até em certas fases de Salazar. Os resultados revelam um cidadão, proibido ou incapaz de se governar (no caso, de mudar o Governo). Um cidadão sem voto e sem voz, reduzido a acreditar num milagre. Não que ele não queira reformas. Quer reformas (60 por cento), mas já aprendeu pela experiência que é inútil esperar que elas se façam de dentro e cá dentro, pelos meios normais que a lei estabeleceu e com a "classe dirigente" que se apropriou do Estado. A salvação virá de uma força superior e, principalmente, estranha à mísera realidade portuguesa. Ou virá assim; ou não virá.» VPV

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