PROFILAXIA DO INSULTO

Rejeitemos a violência toda, não caucionemos a violência psicológica das palavras, dos insultos, dos remoques que atingem de maneira cruel, provocando feridas graves, ainda que invisíveis. Não toleremos aquele que se entrega ao prazer vexatório do Outro. Rejeitemos toda a agressão verbal, ainda que no combate político e das ideias urja dizer completamente a ideia errónea e qualificar a acção desastrada adversárias. Pelas mulheres lapidadas do Irão e pelos insultados em qualquer lado, no entanto inermes, clamemos por um tempo sem vítimas. Atingir os mais fracos com ofensas é comum, mas aquele que insulta sofre do mesmo modo que o insultado, ignorando apenas que sofre. Está provado que os agressores podem ser magros tipo espeto, nem sequer usar óculos, ou então ser gordos e desproporcionados, mas as questões do peso, da vista e da silhueta, preocupam-nos porque as utilizam como arma. Desarmemos os armados. Rejeitemos a violência. Ser mais forte passa pela mansidão e a generosidade do sorriso incondicional, que acolhe, cura e abençoa. [Isto não se aplica ao combate contra a tirania, a ditadura, os excessos do Poder contra os quais nenhuma sátira sobeja, nenhum ridículo é suficiente, nenhum excesso de linguagem se excede.]

Comments

Daniel Santos said…
assim é que é falar.

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