MÁRIO CRESPO E AS ELITES SUICIDÁRIAS
Tenho acompanhado estreitamente o lado templário de Mário Crespo
à procura do PSD, perdido no vórtice fatal dos silêncios manuelianos.
Depois de Ângelo Correia, foi a vez ontem de outro afecto a Passos Coelho,
amarrados à lealdade partidária mais funérea que conheço.
kjh
Ao longo da entrevista, sempre em tom coloquial, tal como acontecera com Ângelo Correia,
emergiu um enorme desconforto pelo silêncio opressivo
da comissão política e da liderança actuais.
De novo, e bem, embora diplomaticamente, zurziram em Ferreira Leite
e animaram de debate e actualidade um mês de Agosto politicamente
frio, ausente, alheado, apesar de o País fundir em problemas e sinais preocupantes.
A guerra e a paz nunca dormem, nunca descansam
e por isso mesmo já não há silly season.
Nem Agosto escapa de ser uma Serious Season!
De novo a questão candente do Pontal.
lkj
Evidentemente, que os ajuntamentos populares tradicionais do PSD
em época estival, apareceram defendidos por Crespo e por Pedro:
a presidente do PSD devia ter ido ao Pontal ou alguém da sua comissão política,
e defenderam que a dimensão popular do partido não deve ser enjeitada nem desprezada,
e que se ninguém assume o discurso do PSD, o PSD não existe
e não existe sequer pelo Abrupto e a ilusão de poder nele inscrita,
ou pela militância camaleónica e rouca de José Pacheco Pereira contra moinhos de vento,
na Quadratura do Círculo, militância muitas vezes omissa, outras heterodoxa,
quase sempre perdedora, ineficaz e tosca a lidar com gente concreta.
lkj
Não fica nada bem a Ferreira Leite o asco por ajuntamentos e por povo,
por sardinhas, coxas de frango e os discursos do inefável Botas:
o Pontal, se lhe era pílula amargosa, por ter povo dentro,
não se comprava a embalagem com todas as outras pílulas que virão por aí.
Haver Povo desconforta-a? Desconforta-a, desconcentra-a as pessoas-em-muito?
Então não pode ser líder! Nem sequer líder gabineteana,
como o foi Salazar, entrincheirado no seu ego e na sua demência de absoluto.
lkj
Era preciso e forçoso alinhar no "pontalismo", digo eu. Porque é preciso existir.
MFL já não pode evitar que o PSD seja e pareça entregue ao deus-dará!
Já não pode esconder o vazio contra o qual em vão lutam,
como o João Gonçalves escreveu, «tagarelas estivais»,
mas com o mérito de dizerem livremente o que pensam
tal como os melhores bloggers, digo eu.
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