NÃO PROMULGARÁS NEM PIRILAMPARÁS
Cavaco Silva, que é o Presidente da Junta de Salvação,
vetando a Lei do Divórcio, confronta abertamente os votos do PS, PCP e BE
que a aprovaram e confronta, portanto, implicitamente também
outras bandeiras ulteriores de uma certa esquerda libertária porque sim.
LKJ
O Governo, que pirilampou o PS da sua aparente ardorosa cruzada antiga
pelo lado social da política, está neste momento cercado de oposição por todo o lado,
salvo em matérias menores e menos relevantes, como a de esta lei agora vetada:
que se veja e activamente, opõem-se-lhe o BE, o PCP/Os Verdes, o CDS-PP,
a sociedade, os trabalhadores, a CGTP, e, à frente de todos e com magnífica eficácia,
opõe-se-lhe Mário Crespo, das poucas vozes lúcidas
e descomprometidas que ainda restam
contra a espectacularidade improvisadora, feirante e inconsistente do Executivo
e contra a decepção abominável de Manuela Ferreira Leite,
desaparecida em combate no combate por Portugal.
lkj
Há uma liderança baça e eclipsada em tudo, em todos os dossiês,
num PSD-Pauís a roçar em ânsias «transparente de Foi, Oco de ter-se»*.
Há um novo Botas-Prada à frente de Portugal e não é o Mendes.
lkj
PAUÍS*
LKJ
Pauis de roçarem ânsias pela minh’alma em ouro...
Dobre longínquo de Outros Sinos... Empalidece o louro
Trigo na cinza do poente... Corre um frio carnal por minh’alma...
Tão sempre a mesma, a Hora!... Balouçar de cimos de palma!...
Silêncio que as folhas fitam em nós. Outono delgado
Dum canto de vaga ave... Azul esquecido em estagnado...
Oh que mudo grito de ânsia põe garras na Hora!
Que pasmo de mim anseia por outra cousa, que o que chora!
Estendo as mãos para além, mas no estendê-las já vejo
Que não é aquilo que quero, aquilo que desejo...
Címbalos de imperfeição... Ó tão antiguidade
A Hora expulsa de si-Tempo!... Onda de recuo que invade
O meu abandonar-me a mim próprio até desfalecer
E recordar tanto o Eu presente que me sinto esquecer!...
Fluido de auréola, transparente de Foi, oco de ter-se...
O Mistério sabe-me a eu ser outro... Luar sobre o não-conter-se.
A sentinela é hirta ― a lança que finca no chão
É mais alta do que ela... P’ra que é tudo isto?... Dia chão...
Trepadeiras de despropósito lambendo de Hora os Aléns!
Os horizontes fechando os olhos ao espaço em que são elos de erro!...
Fanfarras de ópios de silêncios futuros!... Longes trens...
Dobre longínquo de Outros Sinos... Empalidece o louro
Trigo na cinza do poente... Corre um frio carnal por minh’alma...
Tão sempre a mesma, a Hora!... Balouçar de cimos de palma!...
Silêncio que as folhas fitam em nós. Outono delgado
Dum canto de vaga ave... Azul esquecido em estagnado...
Oh que mudo grito de ânsia põe garras na Hora!
Que pasmo de mim anseia por outra cousa, que o que chora!
Estendo as mãos para além, mas no estendê-las já vejo
Que não é aquilo que quero, aquilo que desejo...
Címbalos de imperfeição... Ó tão antiguidade
A Hora expulsa de si-Tempo!... Onda de recuo que invade
O meu abandonar-me a mim próprio até desfalecer
E recordar tanto o Eu presente que me sinto esquecer!...
Fluido de auréola, transparente de Foi, oco de ter-se...
O Mistério sabe-me a eu ser outro... Luar sobre o não-conter-se.
A sentinela é hirta ― a lança que finca no chão
É mais alta do que ela... P’ra que é tudo isto?... Dia chão...
Trepadeiras de despropósito lambendo de Hora os Aléns!
Os horizontes fechando os olhos ao espaço em que são elos de erro!...
Fanfarras de ópios de silêncios futuros!... Longes trens...
Portões vistos longe... através das árvores... tão de ferro!..
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