PORQUE PITTA É POVO
Pitta, que é todo ele um epígono de Povo e uma sensibilidade popular, demonstra que as elites da opinião qualificada e desqualificada ou são parvas ou devem estar loucas. Isto de um gajo se colar ao Povo dá um jeitaço quando é preciso: «Sócrates tem contra ele quase toda a opinião qualificada. [Por que será?] É só ler ou ouvir Vasco Pulido Valente, Marcelo Rebelo de Sousa, José Pacheco Pereira, Luís Campos e Cunha, António Barreto, Rui Ramos, Constança Cunha e Sá, José Adelino Maltez, Vasco Graça Moura, Baptista-Bastos, João Pereira Coutinho, Pedro Lomba, Henrique Raposo, João Miguel Tavares, Manuel Villaverde Cabral, Helena Matos, Medina Carreira, Vasco Lobo Xavier e Mário Crespo (o pessoal menor não conta). Todos dizem do primeiro-ministro o que Mafoma não disse do toucinho.» Toda a borrada de um Pais comprometido a todos os níveis tem aliás a ver com as convicções alarves que certas sondagens põem a nu. Domado como um jumento por uma propaganda esmagadora de enganoso, o Povo é levado ao abismo como os bichos que se conduzem ao matadouro. Perante o mau carácter mais crasso, a desonestidade política mais pulha e a incompetência decisória mais boçal, «o Povo não vai em cantigas», escreve Pitta. Mas vai-se fodendo! Essa é que é essa. Tudo bem que o adágio não falha: vox Populi, vox Dei. Mas, com pozinhos perlimpimpim de cocó propagandesco, tal vox Populique Dei converte-se sem espinhas na voz errónea e autodestrutiva do Diabo, levando à frente ou ignorando todas as Cassandras. Num dia, Pitta apostrofa a iliteracia do Povo e os seus hábitos de leitura raquíticos. No outro, exulta com uma sodagem popular favorável ao líder 'norte-coreano' de Portugal. Enfim!
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Pita I know, but Pitta?