ADEUS, FRIED CHICKEN RICARDO!
Ricardo, a vida é assim. Certas aves que fecham os olhos e fogem
com o 'seja o que Deus quiser' inscrito no corpo
têm como destino o destino exemplificado metaforicamente na imagem.
Para evitar aborrecimentos, respeitar-te-emos sempre,
mas não falaremos mais em ti como «dor que desatina sem doer».
E nem é pelo amor. Só pela incompetência parcial de saires dos postes
à toa e às cegas. Por isso, adeus e boa sorte, Ricardo!
lkj
Não sabemos o que a Nova Era Queiroz trará de bom
à Selecção Portuguesa, mas temos medo. O hábito de perder faz mossa na memória.
Veremos, agora sem o Ricardo e outros nomes recorrentes em Scolari.
Gostava de ver o Sérgio Conceição, testar, sei lá, e que o nosso guarda-redes fosse bom,
mesmo bom, em todos os parâmetros de desempenho.
lkj
Mas em todo o caso, há um longo trabalho psicológico a empreender
com o atleta português em geral e que esperamos também se faça mesmo,
mesmo a sério, com o futebolista seleccionado, em particular.
Deixo de seguida alguns tópicos bem-humorados importantes:
- não é para se deixarem deslumbrar nas grandes competições
com o ambiente esmagador do anfitrião
ou com o peso das nações esmagadoras do costume;
lkj
- não é para terem medo de morrer no ringue de combate, na pista de atletismo,
na piscina, onde quer que seja: é mesmo para morrer e para dar absolutamente tudo,
por isso se trata de Alta Competição e não de competições locais ou nacionais;
lkj
- não é para serem brincalhões, medíocres, leves nas competições a sério
e depois virem para as câmeras das TV's, sem brio e sem vergonha,
justificar resultados de merda com a treta dúbia, já chavão,
de que deram o vosso melhor, se não vimos nada;
lkj
- não é para se dispersarem com as contratações, com o dinheiro, com empresários,
com as movimentações da imprensa e com os milhões envolvidos,
conforme aconteceu na Suíça-Áustria, na Coreia-Japão,
e, à sua escala, na pífia rebelião de Saltillo;
lkj
- não para se mostrarem antipáticos, fechados, longínquos,
quando multidões eufóricas de portugueses vêm, feitos palhaços, e sem se saber porquê,
a babar os asfaltos de essa Europa à vossa passagem ociosa!
lkjlkj
Não sei se notam, mas a mediocridade está no ar
e parece que é preciso olhar de novo para o espanhol para ver uma atitude feroz
no acto de competir até por feijões.
lkj
Outra coisa: as palavras portuguesas difíceis
são palavras portuguesas, são vocabulário português. Português, percebem?!
Não é para os pais terem medo do vocabulário alargado dos filhos na escola,
ou para os filhos terem medo do vocabulário alargado dos seus professores
e depois os professores serem ostracizados pelas queixinhas vocabulares
só porque ninguém tem (não quer ter e tem raiva de quem tenha) vocabulário para eles.
'Bora lá, juntos, deixar de ser medíocres em tudo, até no vocabulário usado.
Parco. Medíocre. Atado. Infeliz. Anti-patriota nesta Pátria da Língua.
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