MENEZES E O HIERATISMO SILENTISTA
Durante meses, a propósito de Menezes, escreveram-se milhares de textos,
emitiram-se outros milhares de postas opinativas
onde nunca faltava o conceito depreciativo de populismo e de erratismo.
Menezes agora ciclicamente escreve,
faz um belo apanhado satírico dos erros da actual direcção do PSD,
armadilha-se dos seus ressentimentos acumulados, das razões das suas feridas,
e vai directo dizer a doer o que lhe parece das coisas do Partido, violando só por escrito
o princípio prometido de não interferência com o mandato da nova direcção idosa.
lkj
Pois parece-me que vai continuar a ter muito que escrever numa base corrosiva
contra o Hieratismo Silentista, só avulsamente rompido, do grupo de conspirativos
que lhe «fizeram a vida negra» e lhe vergastaram caninamente
a árdua tarefa de refazer o PSD da base para cima e não ao contrário conforme faz MFL.
E vai escrever contra os pagos em milhares de euros, esses opinativos de estatuto nacional,
que zurziram sobre cada vírgula sentenciosa e ensaística da sua boca saída.
E vai escrever contra uma série de insígnes bonecos de graduada inexistência
para o eleitorado: uns, bonecos habituais da política.
Outros, bonecos habituais do comentário político,
como Aguar Branco,
como José Pacheco Pereira, como Rui Rio e Manuela Ferreira Leite,
como António Capucho e outro pavões da credibilidade, armados ao cisne vestidos de ganso.
Também me lembro de um programa inteiro da SIC-N em que Ricardo Costa
perorou aflitivamente contra o menezismo vigente,
e fê-lo sôfrego, alarmado, hiperbólico, esgazeado. E para quê, Senhor?!
lkj
Uma coisa que retenho sobre Menezes
e para o que os mais inteligentes coveiros da sua liderança cagaram e andaram,
é que ele, com os certamente terríveis defeitos e lacunas que tem,
é um Autarca de primeira água, um decisor excepcional,
não apenas por vocação pura para a Acção e a Decisão,
coisa que Manuela não tem ou tem muito a medo e neste momento não conta para nada,
não apenas por empatia obamaniana com as pessoas nas sardinhadas da sedução,
mas porque sabe escolher e rodear-se, para os lugares certos, DOS MELHORES
que, motivados por ele, dão o seu melhor com resultados e bom controlo.
(Penso em Lino tão títere secundarizado pelo turbilhão de acontecimentos
e pela figura supletiva em todas as coisas de Sócrates).
lkj
A inexpressividade discursiva e a ignorância cultural apontadas inicialmente a Cavaco,
que não leu suficientemente Camões, bem como a sua arrogância, chavão que perdurou,
não foram entraves para que se fizesse e decidisse em Portugal à altura dos tempos.
Os candidatos que se abatem antes da prova de fogo do Serviço ao País,
só pelo viciado tirocínio de Media pagos a peso de ouro para influenciarem
segundo alguma agenda de interesses e de conveniências,
é a mesma coisa que andar a ouvir e ler escrito nas paredes, por meses,
«Carneiro Caloteiro», «Carneiro Caloteiro» e «Carneiro Caloteiro»
até o caluniado morrer ou de acidente ou do respectivo assassínio de carácter.
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