O PITO E A CORUJA

Qualquer alma simples sente que não basta a este Jesus ser um Jesus ou ao dentuço el conejo ser el conejo dentuço, é preciso algo mais para garantir os objectivos da nação aquilina a cada jogo, em tempos a pouco e pouco mais e mais sombrios porque todo o poder e toda a influência se concentram, como nas ditaduras de cetim centro-sul-americanas, nas mãos de um só Farsante. Tempos tão sombrios os nossos como os do Grande Medo Amordaçado Salazarento, nos âmbitos da política, da economia, dos media, com processos que não respeitam nem Ética, nem Gente, nem Decência. O que é preciso é que a máquina resultadista aquilina, der por onde der, bafeje por sistema a respectiva equipa no relvado e o entorno favoritista e protector vá bem oleado. Isso tem sido por demais evidente jornada após jornada. No terreno de jogo, dois pesos e das duas medidas embalam a equipa aquilina e quando a bola não entra e a inspiração não comparece, há sempre um jeitinho para suprir esses défices. Emergem novos calhabotes, o que em linguagem actualizada significa fazê-lo de uma forma descarada porque o Poder está de favor. Num momento deprimido e pouco promissor da sua equipa, Pinto da Costa insurge-se com a mesma carga patética com que outros, por muito menos e com absoluta má fé, sistematicamente se insurgiram contra o FC Porto, apesar do tira-teimas internacional. Outrora, por dá cá aquela palha, predominava a má-fé contra o FC Porto. Hoje, com evidências escabrosas, crescem suspeições contra o Clube do Aro, também por uma questão de negócio, de números, com a velha sufocação dos passos maiores que a perna e sob riscos de insolvência. O certo é que a coruja lisboeta, de orelhas em riste e olhos esbugalhados, sente-se embalada pela mão invisível do Favor. Não vá o diabo tecê-las, mais vale prevenir um Sporting de Braga superior e vencedor que remediar uma derrota benfiquista certa.