PELOS SEIOS DA VADE RETROPÚBLICA
João, meu caríssimo, a III República convida a descomemorar a I, a II e a III-ela-mesma Repúblicas. Culminámos no vale tudo ou vale de lágrimas filhas da ganância e da incúria, aninhadas no cerne mesmo da partidocracia clientelar e na ineficácia de um Regime em que as cunhas e os lugares cativos à mesa subvencional do Estado têm o seu quê de UltraNojoMonárquico no sentido "especial" e "segregatório" e "intocável" e "exclusivista" que o conceito [antes de ter sido pedagogicamente decapitado] possa ter tido. Esta República é só para alguns. Demasiadas Repúblicas, aliás, para tanta dissolução. Tu, João, és Republicano e eu sou Monárquico. Tenho-me sentido concorde em quase tudo o que escreves e vejo diagnósticos "monárquico-modernos" nos teus diagnósticos quotidianos republicanos. Ainda havemos de convergir numa magnífica e briosa República com o Rei por símbolo e sede de afectos estáveis e humanos ao longo das décadas. Há pessoas que merecem ser referenciais não volúveis e funcionarizados da Realidade Espiritual e Física Portuguesa, mas em regime de total, vital e visceral entrega: um Rei. Um Rei que se possa apear, querendo-o todo um Povo queixoso.
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Se do Algarve ao Minho legiões de caminhantes convergissem para Lisboa, logo verias ...