EDUCAÇÃO: POSTAS EMOCIONAIS E MÁQUINA SALSICHEIRA


Não me será sonegado nem me sonegarei
um discurso emocional relativo à Educação:

I

Há anónimos e ex-professores cujos comentários
deveriam ser eleitos como as maiores homenagens à desinformação,
ao ódio cego, à ausência de fundamentação,
à insensibilidade social e profissional, numa palavra, à mais crassa estupidez.
lkj
Mil professores a manifestarem-se ou cinquenta,
com ou sem autorização do Governo Civíl, é Zero
comparado com o que merece há muito a Grosseria e Malignidade
de este Governo e de esta Ministra da Educação.
lkj
Os que não sabem deveriam saber que o que se tem feito,
tem-se feito de modo incompetente e lesivo dos interesses profundos dos Portugueses.
A Avaliação dos Docentes, tal como sobretudo unilateralmente se estipulou,
está ao serviço do branqueamento das péssimas estatísticas
de aproveitamento escolar português
e é uma arma de inflaccionar níveis apontada
às cabeças reféns dos professores.
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Esta avaliação do desempenho não avalia o desempenho:
está contra a aquisição efectiva de todo o Saber Efectivo.
O Dispositivo de Avaliação, tal como está,
é uma Máquina de triturar pessoas:
de um lado entram Professores,
do outro saem Salsichas Obedientes e prontas a comer.
lkj
A Violência e a Brutalidade expressas
com que este Governo tem tratado os Professores
e tem feito Propaganda contra eles, Propaganda Activa, Propaganda Continuada,
tem a ver com Orçamento, tem a ver com Números,
tem a ver estritamente com desígnios orçamentalísticos.
A Educação, ela mesma, em sentido Puro e Holístico,
é a menor das preocupações do Ministério da Educação
comparada com a obecessão pelo peso das remunerações no respectivo orçamento.
lkj
A Educação num País decente tem de ser a coisa mais estável e serena
do Planeta e não o é desde há 34 anos
e é um Caos Sangrento com esta inóspita Maria de Lurdes Rodrigues.
Serenidade e estabilidade não é paralisia,
é tão somente a lógica do Jardineiro cuidando em Paz das suas plantas.
lkj
Esta Reforma de este Governo não produz cidadãos Livres e Sábios.
Produz Cyborgues. Esta Reforma, este Ministério da Educação,
este Governo de tecnocratas unilaterais não têm Alma,
não têm Valores e por isso não respeitam as pessoas concretas dos Professores
e, se não as respeitam, é porque não têm qualquer respeito pelos demais cidadãos.
lkj
Por um Portugal de Autómatos, de Submetidos e de Timoratos Ignorantes,
não contem comigo.
Estarei numa Manif de Milhões de Portugueses Acordados
e não Acuados ou Acocorados contra a Sem-Vergonheira
de este Governo e de este Ministério da Educação
sob cuja tutela só deveria ensinar o Miguel Sousa Tavares,
outro altivo ajustador de contas com a docência.
Vai um País impróprio para Gente de Bem!

II

O que a Ministra punitiva ministrou foi isto: acréscimo punitivo de burocracia e uma burocracia que afasta os docentes das pessoas concretas dos seus alunos, que afasta os docentes da manipulação concreta das situações do dia-a-dia para uma Bizâncio Nova de papeladas complex.

Por exemplo, o Regime de Avaliação gizado punitivamente é um Elefante impossível, é uma Quimera que integra tudo: pernas de Sáurio e cauda de Baleia Azul. Tem tanta exequibilidade temporal como beber o Tejo por uma palhinha em três meses. É uma Sopa de Pedra, que leva a pedra e quantos ingredientes infinitos se queira.

No entanto, aí está, punitivamente, para mostrar serviço e inflexibilidade.

Da punitiva Ministra diz-se que é do melhor tecnicamente. Talvez seja. No plano estrito do que era necessário implementar na Escola Pública, a saber, Autoridade, Disciplina, Rigor, Contenção Imiscuinte Paternal, só se fodeu com a vida pedagógica tantas vezes penosa e cheia de baixios fora-da-lei discente.

Tudo se fez rumo a uma desmoralização estigmatizante e degradante que, quanto a mim, era, no fundo, a Primeiríssima Meta de esta Legislatura: sacudir da docência, a bem ou a mal, o excesso de macacos professorais na Árvore Enorme do Sistema.
Macacos Bons, Macacos Maus, não interessa.

O que importava era aligeirar a Árvore e cumprir o desígnio orçamentalístico que se impunha emagrecido. Em suma, não acredito nem vejo Razão ou Bondade em coisa nenhuma de este Ministériozeco da Educaçãozeco. Ter razão não chega.

É preciso não agir como uma Mafiosa Barata, adorar como adora a crispação, adorar como adora a conflitualidade, ainda para mais num domínio Sério, Complexo e problemático como o da Educação. Ser Mafiosa Barata é simplificar.

Por isso mesmo, em Portugal Ensino e Educação são coisas que rareiam: o que abunda é o Pró-Forma da Escola onde se entra por um lado Sem Saber e se sai pelo mesmo lado Ignorante, Piorado nas chamadas Competências, aversivo à própria Escola e sem qualquer Upgrade Humanístico.

Comments

Anonymous said…
Bom discurso "emocional" sobre Educação, Palavrossavrvs!
ana baptista
-Não gosto da ministra, nem tão pouco apoio o governo. Mas também não estou com os sindicatos, as avaliações têm de ser implementadas, não o modelo proposto, mas tem de se fazer uma avaliação de desempenho, algo que os neo-socialistas não gostam, porque preferem a carneiragem do tudo para todos por igual, apoiados pelos mediocres, que aproveitam para esconder os seus deméritos no meio do rebanho. Tão pouco defendo orgãos colegiais, sou pela responsabilização individual, retirando-se depois as conclusões.
Anonymous said…
Porra caralho, eu até aprecio o António de Almeida mas o homem não há meio de emendar a mão ... para ele, qualquer merda que esteja mal é "esquerdalha" ... até parece que os bandalhos da direita trauliteira que por aí andam são uns santos e que os gajos todos que estão contra qualquer forma de avaliação são todos de esquerda!
Tiago R Cardoso said…
Uma boa reforma em Portugal tem normalmente de envolver muito barulho e de preferência umas idas a tribunal.

Em relação à senhora Ministra é de facto um caso que deveria ser aproveitado para estudo como alguém pode ter a capacidade de simplesmente não estar ali, não ser aquela a vocação dela.
Joaninha said…
Esta mulher é sinistra ;)

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