CINEMA, MENEZES E COCA-COLA ZERO
Cinema. Ontem à noite, pela primeira vez em muitos meses.
Mulher minha abraçada a mim abraçado a ela,
com passagem pausada pelo Quatro Estações
somente para umas entradas e uma bela duma cerveja holandesa.
Olhinhos brilhantes dela, tão minha! Meu olhinho refulgente por ela,
conversando muito numa frescura redescoberta e virgem do nosso nós.
lkj
Filhinha ao cuidado da tia, podíamos namorar.
lkj
Já no balcão deserto de turba-fila, por pipocas e CocaColaZero, olho para trás
e fixam-se-me os olhos em Luís Filipe Menezes, à distância de um braço, nem mais.
Acompanhado pelos filhos e por amigos dos filhos, certamente, também por pipocas e Cola.
O meu olhar pousou no dele. Trocamos imediatamente um aceno simpático.
Voltei-me. Não tenho perfil para bombardear de olhares descarados à Baião,
ou ao modo de todos os interiores regionais, seja quem for.
lkj
Mas pensei logo no Tarantino, quando me disse que uma das qualidades indiscutíveis
de este homem é ter faro para os melhores nas diversas áreas, deles se rodeando.
Que Menezes escolhia sempre os melhores, para além de todos os defeitos que tenha.
Eu eu, que o apoiei, mas que não o poupo se gaffeia, se o seu discurso é gafado,
e se vulgariza de Alta Mercearia Política,
dou de repente por mim a desejar que a grande Mó Mediática Lisboeta,
a grande Mó-Meretriz Mediática Lisboeta,
essa deglutidora de Fernandos Gomes
e de quem não seja experto nela Santana Lopes ou nela ultra-experto Sócrates,
na Grande Capital Aquática de Velhos Vícios e Submersa de Ócios Velhos Portuguesa,
dou por mim a desejar que ela erre a papinha feita dos cálculos-escarro-Mário-Soares
de que não há alternativa ao-que-está
e que falhe no seu poderzinho de traçar, pseudo-vitoriosa,
a prévia sentença de morte político-pública
de certos homens, vindos Do Portugal Profundo, como Menezes
sem qualquer experiência do Lado Bem Puta que há em Lisboa.
lkj
E, de repente, dei por mim a desejar que este homem pudesse florescer e mostrar
um lado humano, aberto, intuitivo, criativo e acessível, na política,
algo que pusesse fim ao lado cyborgue aldrabão do Salazarócrates
que nos anda a enfastiar de coreográfico e oco.
lkj
Ah, maldita CocaColaZero no enganoso gelo que lhe põem:
resulta em mais água que sabor! Tão enganosa como uma presidência europeia
e suas mega-encenações triunfalistas de faz-de-conta!
lkj
Mas, enfim, isso agora não interessa nada.
Nada como estar de regresso ao Meu Amor e ao nosso filme: I AM LEGEND.
Comments
Impunha-se portanto aquele abraço o no mínimo um aperto de mão e um autografo.
Coca-cola Zero pois claro, natural sem gelo e sem gás, sff.
É caso para dizer que as paixões custam a morrer (e não me refiro obviamente à noite romântica).
Este abraço iludido, quase suspirado, é a maior elipse que li até hoje num blog!
Estou a divagar, desculpa! Retenho um termo: "salazarócrates"!
Um abraço do bar
Mas tu ensandeceste, carago?
Ias lá, homem de Cristo, apresentavas-te e ias-lhe mandando duas ou três ideias ... o homem era bem capaz de te ficar agradecido ... Sabes lá, ias o assessor ... era um risco que corrias mas merecido que tu não me saíste nem és trengo nenhum!
E o gajo tem olho para quem é bom e sabe da poda. Descubro agora, antes, desconfio agora que isso é por ser um calaceiro ...
E tu, meu carago agarrado ao caralho do copo de água negra do imperialismo em versão amaricada, que um gajo como tu ou bebe Coca-Cola ou não bebe nada, camandro dum carvalho, podias ter ido lá ... e se o gajo te encolhesse sempre lhe podias mandar com um sonoro: Dr. LFM, você era uma esperança que depressa se revelou um poio!
Eu fiz isso com a Abobrinha e vê no que deu... ;)