FABULOSA DECADÊNCIA PORTUGUESA


1. Mais vale tarde que nunca e, certamente por sobrarem as estranhezas pelo nulo interesse da Justiça pelo caso, agora, compensando anos de incúria, finalmente Júlio Monteiro, o tio do primeiro-ministro José Sócrates, envolvido no caso do licenciamento do Freeport, «terá já sido notificado pelas autoridades judiciais e poderá ser ouvido esta tarde no Tribunal Central de Instrução Criminal, adianta esta manhã a SIC Notícias. A cadeia de televisão diz ainda que outros envolvidos no caso, Manuel Pedro e Charles Smith, estão já a ser ouvidos esta manhã no âmbito do processo». Naturalmente que Cândida Almeida, num facto inédito, percorreu os media para cometer inconfidências processuais e branquear a delicadeza que questão chamuscante para o PM. Veremos se o sistema se recredibiliza, pelo menos por fazer o que lhe compete. Tarde, tardinho por causa do Grande Abafador Político: «Os envolvidos no caso Freeport estão a prestar declarações aos dois procuradores do Departamento de Investigação e de Acção Penal (DCIAP) titulares do inquérito que está a averiguar o eventual pagamento de luvas para o licenciamento do outlet de Alcochete. O Público apurou também que os empresários Manuel Pedro e Charles Smith não estão a ser ouvidos no TCIC, (Tribunal Central de Instrução Criminal, popularmente conhecido por Ticão), como foi noticiado por outros media. Também não se confirma a notificação do tio de José Sócrates, Júlio Monteiro, para ser interrogado no TCIC, hoje à tarde.Decadência!» Parece que lá chegará finalmente a hora de Sócrates também ser ouvido.
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2. Num exercício de liberdade tão livre como as cópulas consumadas e desejadas pelos homossexuais, pronunciou-se, durante a tertúlia "125 minutos com Fátima Campos Ferreira", no Casino da Figueira da Foz., abertamente o cardeal D. José Saraiva Martins que «indicou que a "homossexualidade não é normal" e reiterou que as mulheres que pensem casar com muçulmanos precisam de ter "muita cautela", manifestando-se "totalmente de acordo" com um aviso idêntico feito há um mês pelo Cardeal Patriarca de Lisboa."A homossexualidade não é normal, temos que dizê-lo (...) Não é normal no sentido de que a Bíblia diz que quando Deus criou o ser humano, criou o homem e a mulher. É o texto literal da Bíblia, portanto esse é o princípio sempre professado pela igreja", defendeu."[Os homossexuais] não podem providenciar a formação das crianças, porque uma criança para ser formada normalmente precisa de um pai e de uma mãe e não de dois pais ou de duas mães"», disse. Após estas palavras talvez se levantem vozes pesporrentes eivadas de intolerância. Na verdade, quando um membro da Igreja Católica diz o que pensa ou fala em nome da doutrina da Igreja, por muito discutíveis que sejam as suas asserções, não falta uma certa Esquerda Calhorda que seria capaz de liquidar qualquer indício de liberdade nos outros porque só há liberdade para pensar de uma maneira. Pensamento único e ódio ao pensamento divergente, como se percebe na 'brilhante' Câncio, com o seu duplo-pensar e a amoralidade na concepção e abordagem dos Valores da Vida? Decadência!
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3. A Imprensa cumpre a sua função e não dá tréguas ao capital acumulado de mentiras e de desrespeito pelas instâncias de inquérito: assim «o presidente da Biometrics Imagineering e da NewTechnologie, as duas empresas tecnológicas com sede em Porto Rico que foram compradas pela Sociedade Lusa de Negócios (SLN), escreveu directamente a Dias Loureiro, em 2002, a solicitar-lhe que procedesse à transferência de 33 milhões de euros que havia sido acordada com a SLN. O envio deste dinheiro seria dividido em seis parcelas e destinava-se a capitalizar as empresas para que estas desenvolvessem uma máquina ATM (uma espécie de máquina multibanco), tal como previsto aquando da aquisição das duas empresas». Só esperamos que a amnésia sonsa do dótôr Milionário da Política Dias Loureiro com milhões finalmente desapareça antes que se perceba que novos factos ambíguos e nova amnésia eternizará esta sensação de mentira viscosa impune, a cada audição parlamentar, reeditada e revisitada com novos factos. Decadência!
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4. A fervura na Educação é toda contra a kafkianização operada malignamente pelo Ministério da Educação e o aviltamento praticado e sublinhado por um governo iníquo, ignorante, bruto, incompetente, autocracizante. Não vejo senão como uma forma de aligeirar as questões mais dolorosas e sérias que «o presidente da Conselho Nacional de Educação (CNE), Júlio Pedrosa, tenha dito no Porto que, em Portugal, ainda não houve um entendimento "sobre os fins da educação e o que é educar". Segundo Júlio Pedrosa, "é por isso é que às vezes há tantos conflitos entre quem está dentro da escola e quem é encarregado de educação". O responsável, que foi ministro da Educação num dos governos de António Guterres, falou ontem à noite, no Porto, num debate sobre autonomia promovido pela Associação dos Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo. Júlio Pedrosa considerou que "faz falta conversar" acerca dessa questão, situando-a no centro da discussão sobre o papel de cada uma das partes envolvidas na educação. "Aquilo que neste momento me anda a interessar mais é o envolvimento familiar na escola, que é uma das questões mais prementes e vai ser cada mais aguda e crítica, à medida que a nossa sociedade se vai tornando mais complexa", acrescentou.» Populisticamente, compreende-se que com José Sócrates emergiu uma abordagem estalinizante da educação sem paralelo nem precedente em Portugal, um abuso continuado, repleto de ilegalidades contra uma classe e um tipo de trabalho que foram vitimados por uma violência de escopo orçamental e moral perfeitamente injustificada, agora que sabemos da sua inutilidade, do facto de não passar de manobra de diversão quando o País sangra por lados vergonhosamente ocultos associados à massa clientelar que o PS arrasta consigo e traz aninhada na sua estrutura de Poder.
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5. O efeito Crise pode ser visto ao contrário em matéria de voto. A crise económica e financeira que está a afectar a Europa pode ter um efeito altamente mobilizador nos eleitores que em Junho votarão para o Parlamento Europeu. Tendo em conta o grau previsível e explosivo de mobilizações e manifestações de todo o género e teor pelos próximos meses europeus, isso poderá incluir um expressivo desejo de votar. É certo que para as votações para o Parlamento Europeu nunca tiveram um grande poder de atracção, conforme lembrou hoje Manuel Lobo Antunes, numa sessão com jornalistas portugueses em Bruxelas, mas porventura não aduz que precisamente a profunda insatisfação com o papel dos governos poderá conduzir a um desejo da respectiva expressão nas eleições mais à mão. Provavelmente, a ânsia de punição das classes políticas, das lógicas neo-liberalizantes, competitivas no sentido da rasura do social, do comunitário, logo num contexto como o presente em que colapsam as economias devido à engenharia falaciosa do dinheiro e da ganância, será massiva. Manuel Lobo Antunes acrescentou: «"Há uma crise económica, financeira, de confiança e porventura de esperança", descreveu. O embaixador da Representação Permanente de Portugal em Bruxelas (Reper) reconheceu que existe "algum pessimismo" e "alguma preocupação" sobre esse eventual "efeito" da crise, afirmando esperar que tal conduza a "um esforço de mobilização e discussão do que verdadeiramente interessa"» e certamente a uma renovação do activismo cívico e do papel do voto no refrescamento de quadros políticos já incapazes da devida agilidade e criatividade perante problemas e formas de trabalho novos. Decadência!
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6. Estupidamente, vê-se um cidadão desempregado completamente acuado por um Fisco desproporcional, ilegal porque indevidamente retroactivo graças à sanha persecutória vã de esta legislatura, por um Banco de cretinos que pretendem devorar a mísera carne que nos resta, e pelo Estado imóvel, favorecedor dos mesmos privilegiados de sempre: sem perspectivas de saída, com desemprego por todo lado, com falta de recursos e de dinheiro por todo o lado, famílias de repente desvalidas sem o tapete do trabalho, o horizonte é negro. No entanto, cêntimo a cêntimo seria possível. Com uma solidariedade geral de todos com todos seria possível. Como isto não se pratica em Portugal, o vulcão da explodirá com inaudito furor. Não é possível sobreviver num País que condena e oferece desespero aos seus cidadãos.

Comments

antonio ganhão said…
Admitindo o casamento homossexual, devemos deixar cair, nesse caso, dada a impossibilidade de procriação, a questão do incesto.

Um pai pode perfeitamente casar com um filho, uma vez que isso não representará problemas de consanguinidade.
Finalmente a modernidade moral!

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