CAVACO E O OCASO DO SEGURISMO

Aos 100 dias de Governo, Cavaco. O Cavaco que avisa. O Cavaco que explica e expõe economia euro-ocidental. O Cavaco que não sabia. O Cavaco sempre inocente e imaculado. É certo que houve um Governo sórdido que governou à vista, agudizando uma dívida viciosa. Mas havia igualmente uma Presidência que presidia sem presciência, aos apalpões, gerindo o ruído e a fonte de fractura numa prudência manhosa por reeleição. Como sempre, Judite de Sousa não perguntou a esse Cavaco atrasado e olímpico o que deveria. Não me saía da cabeça a grande questão do exemplo que neste Governo Passos Coelho amiúde vai saltando para as notícias e para o discurso il faut. Sendo a Presidência uma fonte de gastos muito mal justificados, por que motivo não veio Cavaco anunciar que doravante as despesas presidenciais seriam revistas e morigerados todos os serviços igualmente adstritos à Presidência?! Seria belo e profundamente simbólico. Teria sido eloquente tratando-se ele de uma entidade odiada como nenhum Soares nem Eanes pôde ser. Por quem? Pelos assessores socratistas deixados órfãos e por doentes e obcecados que chegaram atrasados ao banquete dos Orçamentos. Achei piada ao comentário institucionalizante do líder parlamentar Zorrinho. Outro que está a prazo, isolado e desfasado da sua bancada. Colapsou no colapso do socratismo, parto tirado a ferros. Colapsará no colapso do segurismo tanta a inconstância e o desnorte. 

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